A História das Escolas de Datilografia em Piripiri

 

Por Evonaldo Andrade

 

Postado pela primeira vez numa quarta-feira, 19 de dezembro de 2012, 23h59min.

            Com o objetivo inicial de criar um instrumento capaz de escrever cartas, o inglês Henry Mill cria, em 1714, uma máquina semelhante às de datilografia. Em 1808, o italiano Pellegrino Turri adapta, ao modelo de Henry, um teclado, nascendo assim, um dos maiores inventos do começo do Século XX.

            Aqui no Brasil, coube ao Padre Francisco João de Azevedo a invenção de uma máquina de escrever bastante simples, apresentada ao público em 1861.

            Bonitas, artigos de última tecnologia, essas máquinas reinaram com soberania quase todo o Século XX, desaparecendo aos poucos, com o advento do computador.

            Mas nem todos se renderam à praticidade dos computadores. Há, ainda, em empresas, cartórios, pequenos escritórios, profissionais competentes que não abandonaram a charmosa máquina de escrever.

            Para se manusear essas máquinas, as empresas exigiam profissionais formados em escolas de datilografia. Um certificado de datilografia, naquela época, era um requisito a mais no currículo, tornando o portador do diploma bastante valorizado no mercado de trabalho.

            A primeira escola de datilografia (que se tem notícia em Piripiri) foi a Escola de Dona Maria Hilda de Carvalho Melo, esposa do Sr. Raimundo Borges de Melo e mãe do cantor e escritor Jorge Mello. A escola começou em 1963, com os alunos Fernandez e Tarcísio (este último, filho do Sr. Valentim, ex-vereador e comerciante). O objetivo inicial era prepará-los para o concurso do Banco do Brasil. Com a aprovação desses alunos, novos pupilos apareceram, formando numerosas turmas. Dona Hilda também exercia a função de telegrafista na Agência dos Correios.

            Quase no mesmo período, começou a funcionar a “Escola de Datilografia Pratt”, cujas aulas eram ministradas pela Professora Edmer Rocha de Carvalho (esposa do Sr. Nélson Ribeiro), que ainda na década de 60, ao deixar a cidade, entregou suas turmas aos cuidados de sua cunhada Cristina Ribeiro (irmã do Sr. Gerson Ribeiro). A Escola Pratt funcionou na Rua São Francisco, atrás do FSESP e na AV. Aderson Ferreira, em frente à casa da Dona Patrocina (esposa do Sr. Domingos Freitas).

            Por volta de 1968, Expedito Ribeiro de Sousa procura o Sr. Adhemar Getirana, presidente da União dos Agricultores de Piripiri, que cede o prédio dessa entidade para funcionar a “Escola Particular Santo Expedito” – Curso Remington.

            Janeiro de 1971, Dona Jandira, esposa do Prefeito Jônatas Melo, cria a Escola de Datilografia do Serviço Social do Município de Piripiri, tendo como primeira professora Francisca das Chagas Getirana de Alencar.

            Em abril de 1972, José Josué Martins Andrade funda a “Escola de Datilografia São José”, que habilitou muitos piripirienses na arte da datilografia.

            Na década de 50, Acelino Marques de Oliveira cria a União Operária Pires Rebelo, instituição voltada exclusivamente para o público feminino, com cursos de corte, costura e bordado. Só no final de 1972 é que foi criada a Escola de Datilografia Pires Rebelo, com aulas ministradas por William Oliveira Sousa, neto de Acelino Marques. A primeira sede da "Escola de Datilografia Pires Rebelo" situava-se na esquina da Rua Avelino Resende com a Rua Padre Domingos, onde hoje funciona uma farmácia de manipulação, já em novo prédio. A segunda e última sede foi na esquina da Avenida Aderson Ferreira com a Rua Francisco Emerson, conhecida popularmente como “escolinha”, onde também funcionou uma danceteria.

            Em fevereiro de 1974, a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios funda a Escola de Datilografia São Francisco e Francisca das Chagas Getirana de Alencar é sua primeira professora.

            A foto acima registra a formatura de uma das turmas, no Centro Paroquial, em 28/12/1975. Na foto estão presentes: a professora Chaguinha Getirana, Frei Francisco, Orlando Lustosa, Remédios Carvalho, José Maria Viana, Rosário Cruz, Jorge (irmão do Horácio), Jacinta (irmã do “Pecador”), Francisco Inácio e Outros.

Acima, o aluno José Maria Viana recebe o diploma das mãos de Helenita Assunção.

            Diploma conferido à Professora Rita Cerqueira de Andrade. Os diplomas eram preenchidos a mão pelo aluno e colaborador Assis Bastos.

            As escolas de datilografia ainda alcançaram a década de 90, mas foram esquecidas e gradativamente abandonadas com a popularização do computador.

 

→ Crédito: Informações prestadas por Francisca das Chagas Getirana de Alencar, José Josué Martins Andrade, William Oliveira Sousa, Luiz Mário de Morais Getirana e Jorge Mello. Fotos – José Maria Viana, José Josué Martins Viana, Luiz Mário Morais Getirana, foto de internet e arquivo pessoal, Informação sobre a origem da máquina de escrever: http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina_de_escrever