Falando de política

Como muitos leitores e quase todos os militantes não sabem muito bem que diabos é isso de “direita” e “esquerda” de que todo mundo fala, convém “eternizar” aqui um post para tentar esclarecer afinal esses dois conceitos básicos tão presentes no dia a dia do debate público no Brasil e no mundo.

O espectro político esquerda-direita é um conceito geral de enquadramento de ideologias e partidos. Esquerda e direita são muitas vezes apresentados como opostos, embora um indivíduo ou grupo em particular possa eventualmente assumir uma posição mais à esquerda numa matéria e uma postura de direita ou até de extrema-direita noutras. Na França, onde os termos se originaram, a esquerda tem sido chamada de "o partido do movimento" e a direita de "o “partido da ordem”.

Há um consenso geral de que a esquerda inclui: progressistas, sociais-liberais, ambientalistas, socialdemocratas, democrático-socialistas, libertários socialistas, secularistas, socialistas, comunistas e anarquistas, enquanto a direita inclui: capitalistas, neoliberais, econômico-libertários, conservadores, reacionários, neoconservadores, anarcocapitalistas, monarquistas, teocratas (incluindo parte dos governos islâmicos), nacionalistas, fascistas e nazistas.

Segundo Laponce são quatro as dimensões (política, econômica, religiosa e temporalidade) que mais assertivamente definem os elementos da divisão ideológica entre esquerda e direita.

Assim, como traços periféricos da divisão entre direita e esquerda temos: para o primeiro o setor político, o passado, o status quo, a livre empresa e os EUA; para a segunda, orientação ideológica, o futuro, a mudança, a intervenção do Estado na economia e a URSS. A direita é mais conservadora e mais contínua nas suas ideias; a esquerda convive melhor com a descontinuidade.

Assim, pode-se concluir que a esquerda nem sempre é igualitarista (doutrina, atitude daqueles que visam estabelecer a igualdade absoluta em matéria política, social, cívica; teoria que sustenta a igualdade absoluta dos homens), nem a direita inigualitária, que é o inverso da primeira.

Já o estudioso político e publicista português Nogueira Pinto também procura os traços essenciais desta divisão: à esquerda temos o otimismo antropológico, o utopismo, o igualitarismo, o democratismo, o economicismo, o internacionalismo; e à direita o pessimismo antropológico, o antiutopismo, o direito à diferença, o elitismo, antieconomicismo, o nacionalismo.

Existem, entretanto, críticas consideráveis e consistentes ​​sobre a simples – redução da política num simples eixo – esquerda-direita. Alguns cientistas políticos têm sugerido que as classificações de "esquerda" e "direita" perdeu seu significado no mundo moderno. Embora esses termos continuar a ser utilizados, eles defendem um espectro mais complexo que tenta combinar as dimensões políticas, econômicas e sociais.

O jornalista Eric Dupin observou que os termos "direita" ou "esquerda" são cada vez menos relevante na arena pública. Mesmo no seio da população, os reflexos ideológicos são certamente menos acentuados do que antes, e as diferentes visões do mundo e da sociedade já não podem expressar-se claramente no contexto habitual da polarização esquerda-direita.

Friedrich Hayek sugere que é errado ver o espectro político como uma linha ou eixo, com os chamados "revolucionários" à esquerda do suposto rei e/ou imperador, os conservadores à direita e os liberais no meio.

A normalidade democrática é a concorrência efetiva, livre, aberta, legal e ordenada de duas ideologias que pretendem representar os melhores interesses da população: de um lado, a “esquerda”, que favorece o controle estatal da economia e a interferência ativa do governo em todos os setores da vida social, colocando o ideal igualitário acima de outras considerações de ordem moral, cultural, patriótica ou religiosa. De outro, a “direita”, que favorece a liberdade de mercado, defende os direitos individuais e os poderes sociais intermediários contra a intervenção do Estado e coloca o patriotismo e os valores religiosos e culturais tradicionais acima de quaisquer projetos de reforma da sociedade.

Representadas por dois ou mais partidos e amparadas nos seus respectivos mentores intelectuais e órgãos de mídia, essas forças se alternam no governo conforme as favoreça o resultado de eleições livres e periódicas, de modo que os sucessos e fracassos de cada uma durante sua passagem pelo poder sejam mutuamente compensados e tudo concorra, no fim das contas, para o benefício da população.

Entre a esquerda e a direita estende-se toda uma zona indecisa de mesclagens e transigências, que podem assumir a forma de partidos menores independentes ou consolidar-se como política permanente de concessões mútuas entre as duas facções maiores. Este é o “centro”, que se define precisamente por não ser nada além da própria forma geral do sistema indevidamente transmutada às vezes em arremedo de facção política, como se numa partida de futebol o manual de instruções pretendesse ser um terceiro time em campo.

Nas beiradas do quadro legítimo, florescendo em zonas fronteiriças entre a política e o crime, há os “extremismos” de parte a parte: a extrema esquerda prega a submissão integral da sociedade a uma ideologia revolucionária personificada num Partido-Estado, a extinção completa dos valores morais e religiosos tradicionais, o igualitarismo forçado por meio da intervenção fiscal, judiciária e policial. A extrema direita propõe a criminalização de toda a esquerda, a imposição da uniformidade moral e religiosa sob a bandeira de valores tradicionais, a transmutação de toda a sociedade numa militância patriótica obediente e disciplinada.

Não é o apelo à violência que define, ostensivamente e em primeira instância, os dois extremismos: tanto um quanto o outro admitem alternar os meios violentos e pacíficos de luta conforme as exigências do momento, submetendo a frias considerações de mera oportunidade, com notável amoralismo e não sem uma ponta de orgulho maquiavélico, a escolha entre o morticínio e a sedução. Isso permite que forjem alianças, alternadamente ou ao mesmo tempo, com delinquentes e com os partidos legítimos, às vezes desfrutando gostosamente de uma espécie de direito ao crime.

Não é uma coincidência que, quando sobem ao poder ou se apropriam de uma parte dele, os dois favoreçam igualmente uma economia de intervenção estatista. Isto não se deve ao slogan de que “os extremos se tocam”, mas à simples razão de que nenhuma política de transformação forçada da sociedade se pode realizar sem o controle estatal da atividade econômica, pouco importando que seja imposto em nome do igualitarismo ou do nacionalismo, do futurismo utópico ou do tradicionalismo mais obstinado. Por essa razão, ambos os extremismos são sempre inimigos da direita, mas, da esquerda, só de vez em quando.

A extrema esquerda só se distingue da esquerda por uma questão de grau (ou de pressa relativa), pois ambas visam em última instância ao mesmo objetivo. Já a extrema direita e a direita, mesmo quando seus discursos convergem no tópico dos valores morais ou do anti-esquerdismo programático, acabam sempre se revelando incompatíveis em essência: é materialmente impossível praticar ao mesmo tempo a liberdade de mercado e o controle estatal da economia, a preservação dos direitos individuais e a militarização da sociedade.

Isso é uma vantagem permanente a favor da esquerda: alianças transnacionais da esquerda com a extrema esquerda sempre existiram, como a Internacional Comunista, o Front Popular da França. Essa desvantagem da direita é compensada no campo econômico, em parte, pela inviabilidade intrínseca do estatismo integral, que obriga a esquerda a fazer periódicas concessões ao capitalismo.

Apesar de todas essas noções sejam bem claras e facilmente comprovadas por observações de tudo que se passa no mundo, e em especial em nosso país, você jamais poderá apanhar tais conhecimentos em nenhuma universidade brasileira. A democracia no Brasil ainda está doente, como mostram as eleições passadas, mas para curá-la não há dúvida de que é preciso primeiro saber identificar a doença. Vamos à luta Brasil!

FONTE: Felipe Moura Brasil  http://www.veja.com/felipemourabrasil; Artigo “Democracia normal e patológica – 1“, de Olavo de Carvalho, publicado no dia 5 de outubro de 2011 no Diário do Comércio, incluído no capítulo “Democracia” no best seller O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, o livro que esclarece essas e outras questões sobre a experiência individual, mental, social, cultural, política e intelectual brasileira; https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/; The American Heritage Dictionary (2003). «egalitarianism». Consultado em 30 de maio de 2014.



Marketing pessoal – você é sua melhor marca

Uma marca não nasce. Ela é construída. Marca pessoal é uma consequência de um processo de diferenciação. Construir sua marca pessoal é um trabalho constante e árduo, pois envolve total dedicação. O trabalho não acaba, pois chega a hora do controle de seu posicionamento alinhado às suas estratégias. Desenvolver uma boa estratégia requer eficiência operacional. Se não estiver aplicando as melhores práticas no dia-a-dia não há estratégia no mundo que resolverá o seu problema. Querer atender a todos também representa um erro. A boa estratégia é aquela em que você opta pelo o que não fazer. Se quiser fazer tudo, não há vantagem competitiva.

Você deve pensar no que é ser único. Ter uma marca pessoal única é oferecer algo de valor singular para cada pessoa. Há tempos que os conceitos de marketing vêm sendo aplicados na gestão de imagem e planejamento de carreira das pessoas. Esta é uma das tendências irreversíveis dentro da nova dinâmica vigente na sociedade moderna. É comum ouvirmos a expressão: “Somos todos vendedores”. E para triunfar no jogo do universo corporativo é necessário antes de tudo vender a nós mesmos.

O que é Marketing Pessoal?

Marketing pode ser definido como um conjunto de estratégias e ações visando promover o lançamento, desenvolvimento e sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor. Transitando este conceito para o Marketing Pessoal, podemos ressaltar que seu objetivo é aumentar a aceitação e fortalecer a imagem de uma pessoa pelo público em geral ou por determinado segmento deste público. É projetar uma imagem de marca em relação a você mesmo, tomando a si próprio como se fora um produto ou serviço.

Quer fazer um teste rápido sobre o estágio atual de sua imagem de marca? Pergunte-se: O que as pessoas pensam de mim quando se fala em meu nome? Será que você é reconhecido, notado em meio à multidão? Que tipo de sentimento é aflorado nas pessoas ao ouvirem falar de seu nome ou ao encontrarem você em um ambiente qualquer?

Uma marca é a criação de um conjunto organizado de percepções (ou plano cognitivo) e sentimentos (plano emocional) que faz com que um determinado produto ou serviço seja mais do que apenas diferente de seus competidores. Seja único e indispensável. Vamos aqui tentar criar uma marca, “Você S.A.”. Transformar o self atual (como você é) no self ideal (como você deseja ser). Vamos elaborar uma trajetória de sua marca pessoal?

ü Embalagem – a aparência de competente é tão ou mais importante que a própria competência.

De fato, o aspecto externo é o primeiro que observamos. Por exemplo, comprando frutas, selecionamos aquelas que nos parecem mais belas e viçosas. Num evento social, disparamos olhares àqueles com trajes e cortes de cabelo atraentes. Ao planejar uma viagem, escolhemos como destino uma localidade cuja paisagem nos faça brilhar os olhos, seja ela bucólica, dotada de rios ou dunas ou florestas; seja ela ‘urbanóide’, repleta de luzes, cores e sons tecnologicamente pulsantes.

A embalagem é o princípio de tudo. E certamente nunca teremos uma segunda oportunidade de causar uma primeira boa impressão. Para tanto, deve-se contemplar os seguintes aspectos:

Aparência: banho tomado, cabelo cortado, unhas aparadas, dentes escovados. Parece óbvio demais, mas há quem negligencie isso. Estes eventos, por mais elementares que sejam, representam o ponto de partida da construção de sua imagem.

Trajes: para cada ambiente, uma vestimenta apropriada. Da mesma forma não podemos ir à praia calçando sapatos sociais. Um bom terno, roupas simples, porém, discretas, ou tailler é a melhor recomendação para o dia-a-dia no trabalho. Combinar cores e tecidos é menos complicado do que possa parecer. Além disso, você deve priorizar o conforto e a praticidade. Roupas adequadas podem compensar uma baixa estatura, disfarçar um excesso de peso. E muito cuidado com o casual day, aquelas sextas-feiras insanas nas quais muita gente se revela de forma comprometedora.

Acessórios: anéis, correntes, brincos, pulseiras, enfim, acessórios diversos, são permitidos desde que utilizados de forma regrada. É importante também acompanhar o bom senso da moda. Abotoaduras para os rapazes, apenas em ocasiões especiais, o mesmo se aplicando para as mulheres em relação a joias. E muita atenção com cosméticos. Há quem use perfume de maneira a ter sua presença reconhecida num ambiente pelo rastro de aromas (ou odores) que deixa no ar.

Etiqueta: edificar uma marca demanda estudo. Por isso, atente para a necessidade de adquirir um bom livro com regras de etiqueta social. Afinal, haverá ocasião na qual você será apresentado a tantos talheres e copos que suas mãos e boca ficarão em dúvida sobre por onde começar. Há profissionais de grande competência no mercado capazes de lhe ensinar as normas da boa etiqueta que, a propósito, não se aplicam exclusivamente às refeições, é claro. É importante que saibamos como compor a mesa de um cerimonial e como homenagear aos presentes, com base na hierarquia.

Postura: cabeça inclinada, ombros arqueados, tronco curvado, onde pensa que vai assim? Qual percepção pretende conferir àqueles que o encontram? Seria você alguém derrotado e infeliz? Uma postura elegante ao assentar-se e ao caminhar demonstram altivez, autoconfiança e independência, além de contribuir com sua própria saúde.

Vocabulário: a menos que suas pretensões se restrinjam à exposição na mídia como modelo fotográfico, o que convenhamos é acessível a poucos, invariavelmente teremos que abrir a boca para sedimentar sua imagem. Neste momento, pronunciar “menas", “poblema” e seus derivados, será suficiente para destruir toda a credibilidade que foi sendo erguida nos passos anteriores. Nunca é tarde para se aprender nosso idioma. Basta estudar um pouco e ler muito – jornais, revistas, livros, gibis e até bulas de remédio. Desta forma, você ampliará seu vocabulário, ganhando maior versatilidade para falar em público. É importante também salientar que igual preocupação deve-se ter com a escrita. Redigir um bilhete grafando “essessão", “beneficiente” ou “quizer”, entre outras pérolas, deveria ser salvo-conduto para uma demissão por justa causa na empresa ou a precipitação de um divórcio no lar.

Saúde: embora esteja sendo considerada ao final, é o aspecto mais fundamental a ser observado. E isso tanto em termos de marketing pessoal quanto de qualidade de vida. Demonstrar estar saudável, mais do que apenas parecer bem, constitui-se na chave-de-ouro que sela o primeiro passo do processo de construção de uma marca pessoal. E uma vida saudável implica em sono reparador, alimentação balanceada e prática regular de esportes, entre outros aspectos.

ü O Conteúdo – credibilidade é algo que leva anos para se edificar e que se perde em instantes.

Seguindo à risca o ritual da embalagem bonita, vistosa e atraente, e embora o design seja determinante, se o que estiver por dentro não respaldar a expectativa criada, você seguramente deixará de se estabelecer. Pior, poderá ser tido como impostor, a ponto de perder por completo a reputação pela qual tanto lutou.

É claro que o caráter é mais importante que a reputação, pois o primeiro simboliza o que realmente somos, enquanto o segundo remete àquilo que os outros pensam a seu respeito. Esta é uma verdade incontestável. Mas estamos trabalhando para arquitetar uma imagem capaz de ser admirada pelos demais. E melhor será que isso ocorra espontaneamente, como consequência da pessoa que demonstramos ser com naturalidade. Trabalhar este conteúdo significa cuidar dos seguintes pontos:

Formação: se você já tem um curso superior, faça uma especialização ou uma pós-graduação. Por outro lado, se você ainda não cursou uma faculdade, matricule-se com urgência em uma. Pouco importa o nome da instituição, sua tradição e toda a retórica que a cerca. Esteja certo de que é você quem tornará seu curso uma experiência indescritível ou um exemplo de mediocridade. Assista às aulas, empenhe-se na realização dos trabalhos em grupo e individuais, questione seus professores. E se os estudos foram interrompidos ainda no ensino fundamental, evite lamentar-se. Trabalhe para recuperar o tempo perdido. Faça um supletivo, estude nos momentos mais singulares, tais como dentro de um ônibus ou metrô, e quando estiver numa fila de banco. Lembre-se de que sua formação será dada menos pelo pedaço de papel emoldurado que você pendurar na parede, e mais pelos livros que você ler, as pessoas que conhecer e os debates dos quais participar.

Currículo: aprenda a redigir um currículo personalizado. Nada de números de documentos diversos e relação de palestras infrutíferas das quais participou só para conquistar um certificado. Seu currículo deve ser objetivo, capaz de ilustrar em no máximo duas páginas o profissional que é. Disponibilize um telefone e e-mail para contato. Evidencie com letras destacadas seu objetivo profissional. Você precisa declarar ao mundo o que sabe e quer fazer. Apresente sua formação mais recente, ou seja, nada de relacionar onde fez o curso primário e cursos extracurriculares dispensáveis. Fale de sua trajetória profissional, as empresas por onde passou, mencionando o porte de cada uma delas. Comente suas realizações procurando, sempre que possível, quantificá-las. Finalize informando sobre suas aptidões, como idiomas e os hobbies que aprecia – um pouco de intimidade e humanismo também merece ser apresentado. E, por último, mas nem por isso menos importante, mantenha seu currículo sempre atualizado. Não é porque encontre-se estável numa organização que a história de sua vida profissional deva ser estagnada. Ela está sendo escrita e é preciso que se registre isso para uma possível recolocação no futuro. Desconfie de sua memória.

Atitude: aqui estamos falando de competências como: iniciativa, comprometimento, ousadia, persistência, criatividade, planejamento, persuasão, liderança, autoconfiança. Todos as temos, mais ou menos desenvolvidas. O segredo está em se fazer um trabalho de autorreflexão. Reforçar as atitudes que estão sendo praticadas e identificar aquelas que precisam de um upgrade.

Autenticidade e transparência: a melhor maneira de você conquistar a simpatia, confiança e admiração das pessoas é, sendo exatamente quem você é. De nada adianta projetar uma estampa fantasiosa, máscara que cai diante da primeira adversidade. Pratique a naturalidade e abuse da transparência, porém, sempre atento aos bastidores escusos nos corredores das organizações.

Resiliência: falamos da capacidade de superar adversidades. A postura resiliente deve ser incorporada ao seu estilo de vida e ao seu semblante. Dar aos problemas a dimensão que efetivamente devem ter. Seja flexível nos acordos, tolerante nas decisões, paciente com as respostas.

Ética: mais do que fazer a coisa certa, significa agir com congruência. Praticar o que se fala, dizer aquilo em que se acredita.

Positividade: símbolo de um estado de espírito elevado, cultivar um pensamento positivo é uma prática que se reflete no sorriso franco, no abraço acolhedor e no bom humor contagiante. É um jeito de viver que atrai quem nos cerca, gerando uma energia sem precedentes.

ü Visibilidade – não adianta fazer a melhor coisa do mundo se ninguém tomar conhecimento. É preciso comunicar e repercutir. Para construir uma marca, você precisa ser visto.

Logomarca: assim como os produtos são nomeados e apresentam uma marca que os identifica, desenvolva um símbolo ou sinal gráfico capaz de remeter mnemonicamente a você. Pode-se partir de uma grande expertise sua ou até de seu apelido.

Cartão de visita: pouco importa se você está trabalhando ou disponível no mercado. Você precisa ter um cartão de visitas. E, além de tê-lo, portá-lo, porque muitos esquecem seus cartões na gaveta do escritório, no porta-luvas do carro ou no bolso de outro blazer. Você pode ter um cartão corporativo e outro pessoal, por exemplo, esquivando-se do risco de perder a própria identidade, sendo chamado por “Fulano da empresa tal”. Mas a regra mais importante neste quesito é sobre como utilizar o cartão de visitas (leia a matéria sobre cartão de visita em: (http://demervalgalvao.blogspot.com.br/2012/04/cartao-de-visita-como-usar-o-seu.html). Ofereça-o a seu interlocutor olhando-o nos olhos e peça o cartão dele. Leia o conteúdo do cartão, chame-o pelo nome para conferir maior proximidade ao diálogo e auxiliar você na memorização. Nunca dobre a ponta do cartão recebido. Concluído o diálogo, faça anotações discretas no cartão recebido que o ajudem a lembrar-se da pessoa posteriormente. E envie-lhe um e-mail no dia seguinte externando seu prazer em tê-la conhecido. Mas, por favor, evite tornar mecânico este processo, colocando prazer e sentimento nesta singela ação de troca de cartões.

Website: para ser visto – e achado – em tempos modernos, impossível dar as costas para a internet. Por isso, é imprescindível manter um site pessoal. Pode ser um blog, também, mas o site transmite um conceito de maior perenidade, pois os blogs têm como característica original o fato de serem formatados para funcionar como um diário eletrônico (hoje os blogs já estão tomando forma bem mais profissional). Registre um domínio www com o seu nome. Depois, vá elaborando seu site aos poucos, incrementando seu conteúdo. Insira seu currículo, suas experiências profissionais, artigos que tenha escrito, links para outros portais. Enfim, faça de seu site um ambiente que possa tornar-se um ponto de encontro, ou até uma comunidade.

E-mail: procure ter uma única conta de e-mail. Com sinceridade, parece-me incompreensível como algumas pessoas criam e-mails em todos os provedores gratuitos como se aquilo fosse sinônimo de status. O gerenciamento de muitas contas torna-se difícil e inócuo. E, o pior, você dificulta a memorização de seu endereço pelos outros. Assim, bastam duas contas, no máximo: uma de caráter pessoal e outra corporativa. E aproveite para programar seu correio eletrônico para inserir uma assinatura nas mensagens que enviar. Nada mais desagradável do que receber um e-mail dentre as dezenas de mensagens que circulam diariamente, a maioria delas meros spams, sem conseguir identificar o destinatário.

Artigos: se você tem facilidade em escrever promova este talento. Desenvolva artigos versando sobre temas de seu conhecimento e relacionados à sua profissão. E publique-os. Primeiro, na internet – são inúmeros os portais que receberão com prazer sua contribuição. Mais adiante, você poderá buscar a mídia impressa – jornais e revistas – como veículos de divulgação de suas ideias. Procure escrever artigos que facilitem a leitura, e tenha muito cuidado com o idioma. Coesão e coerência textuais, ortografia e acentuação corretas, é o mínimo que os editores irão lhe solicitar – e seus leitores também.

Eventos: a regra agora é circular para ser visto. Participe de eventos os mais diversos. Coquetéis de lançamento de livros, palestras e seminários, vernissages. E leve consigo seu cartão de visitas.

Ênfase – Uma marca, para ser lembrada, precisa ser repetida. Por isso, deve-se reunir um nome curto, associado a uma logomarca e facilitar sua percepção para as pessoas.

A rigor, inexiste nome difícil, mas nome pouco pronunciado. De qualquer forma, se você está no estágio inicial de construção de sua marca, considere até mesmo a possibilidade de atuar com um pseudônimo. E priorize nomes formados por apenas duas palavras. Assim, “José Maria da Silva” deverá optar por ser chamado de “José Maria” ou “José da Silva”. Isso facilita a memorização e a identidade visual. E tome cuidado com homônimos!

Divulgação – hora de colocar o bloco na rua! Você deve virar notícia – evidentemente não das páginas policiais. Neste momento, a publicação de artigos e participação em eventos, conforme relatados no estágio da visibilidade, são instrumentos certeiros. Este também é o momento de reforçar a comunicação. Pessoas marcantes são, por natureza, bons contadores de estórias. Não estamos falando de estórias da carochinha, mas de vivências, experiências, aprendizados.

Face ao exposto, considere com seriedade investir em um curso de expressão verbal e corporal. Estudos indicam que falar em público oferece mais medo às pessoas do que a própria morte. Por fim, coloque a palavra networking em seu vocabulário e em sua agenda. Veja matéria em (http://demervalgalvao.blogspot.com.br/2012/03/networking.html). Aumente sua rede de relacionamentos para além dos limites de seu bairro e de seus domínios na empresa. Há pessoas interessantes esperando por conhecer você seja numa fila de cinema ou numa mesa de bar.

Diferenciação – seguindo todos os passos anteriores você ainda correrá um risco: o de ser notado como somente mais um player, mais uma marca dentre tantas disponíveis no mercado. Por isso, você precisa se diferenciar. Praticar o que a teoria econômica chama de concorrência monopolística. Desenvolver um estilo próprio, fazer as coisas de forma diferente e, assim, tornar-se único, exclusivo, admirado e presente no coração e na mente das pessoas.

À luz deste conceito, observe como estamos o tempo todo exercendo a concorrência monopolística em nossas vidas. A começar pela vitória do espermatozóide tenaz que, dotado de agilidade, velocidade e preparo, no ato da fecundação, supera todos os demais concorrentes. Ao conquistar o par romântico, também nos fizemos notar em meio aos demais pretendentes. A oportunidade de emprego será igualmente sancionada com êxito dentre outros postulantes ao cargo.

O Pequeno Príncipe, de Exupéry, conhecia muito de concorrência monopolística quando cunhou a famosa expressão “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Por isso, abrir a porta do carro para a garota adentrá-lo torna o cavalheiro admirado. Por isso, o vendedor que procura descobrir a necessidade de seu cliente para depois lhe apresentar uma solução é preferível ao mero tirador de pedidos. Por isso, a empresa que identifica o desejo mais subliminar de seus consumidores pode dar-se ao luxo de vender o que produz ao invés de produzir o que se vende.

Mas, no jogo da diferenciação, que fique claro uma coisa. Não é a diferenciação tecnológica (baseada nas inovações), a qualitativa (sediada na adequação) ou a mercadológica (ancorada na força e glamour das marcas) que conferem perenidade às relações. O mundo está comoditizado. A comunicação está massificada.

A única diferenciação sustentável ao longo do tempo é aquela baseada em pessoas. No brilho do olhar, na maciez da voz e no calor do toque, aspectos que máquina ou virtualidade alguma será capaz de reproduzir ou substituir. Pense nisso, e vamos em frente.

 

Pesquisa e edição: Adm. Demerval Galvão - Fonte: www.administradores.com.br - Imagem: Demerval Galvão – postado por Demerval Galvão às quarta-feira, abril 18, 2012 – Demerval Galvão sexta-feira, fevereiro 05, 2016



Os camelôs e sua sina

Desde 1824, lojistas e o comércio informal, seja como ambulante ou fixo, travam uma briga de interesses.

Um vendedor ambulante, no Brasil é comumente chamado camelô, é um comerciante de rua geralmente parte da economia informal ou clandestina, com banca improvisada, em especial nas grandes cidades.

A palavra camelô é um galicismo (provém de camelot, em francês, "vendedor de artigos de pouco valor") e muitas vezes é substituída por "marreteiro". Camelô e ambulante são sinônimos, só que o primeiro termo é uma denominação popular e o segundo é uma designação utilizada em legislação que regula o exercício de vendas em um ponto fixo ou em movimento.

Uma cena comum nas grandes cidades brasileiras: camelôs atentos aos agentes de fiscalização urbana e prontos para recolher em segundos, os produtos expostos, evitando a apreensão de suas mercadorias. O que muita gente não sabe (inclusive eu não sabia) é que esta cena é muito antiga, aqui em nosso País.

Uma representação, com aba-assinadoixo, dos comerciantes lojistas de Vitória no Espírito Santo, datada do ano de 1824, pede providências contra o comércio ambulante. Esta representação está guardada na Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional, e é datada de agosto daquele ano, provando que esse imbróglio entre Economia Formal e Informal vem pelo menos desde o início do século XIX. Há também documentos anexados a esta representação, que mostram que o estabelecimento de uma Lei para solucionar o problema, não foi suficiente.

Segundo a memória estatística da província do Espírito Santo, escrita por Inácio Acioli de Vasconcelos no ano de 1828, Vitória tinha naquele momento 35 estabelecimentos comerciais de “fazendas secas” ou tecidos em geral. Isso indica que o movimento teve uma adesão expressiva, já que há 23 assinaturas no documento dirigido ao Ouvidor e corregedor da Comarca de Vitória, José Libânio de Souza. Após uma medida de aperto fiscal, “dizem os mercadores de lojas desta cidade, que sendo público andarem pelas ruas vários Mascates vendendo fazendas secas a varejo, causando assim, um grande prejuízo a comércio das mesmas lojas, que se vêm na precisão de fecharem suas portas, por não poderem pagar o novo imposto de 12.800 réis pelo atraso que sofrem no seu giro de comércio”.

Em seguida, culpam os Mascates – oriundos de outras localidades e cujo trabalho é, por natureza, itinerante – pela evasão de capitais da província, que vivia, nos primeiros anos após a independência (1822), problemas econômicos: “estes mesmos Mascates só se interessam em venderem suas fazendas, e levarem o seu produto em moeda, ficando assim a Terra cada vez em maior decadência pela falta de numerários, em que se achavam”. Expostos os motivos, solicitam a proibição da atividade em questão e a punição dos que desrespeitarem a determinação com “a pena que Vossa Senhoria for servido arbitrar”.

O julgamento do mérito é registrado na mesma via da Representação: considerada “muito justa” a demanda, é proibido o “semelhante giro de negócio”. As autoridades da época, providenciam, então, a publicação do edital regulamentando a decisão, que também está guardada na Divisão de Manuscritos: “Faço saber a todos os Mascates que sendo-me representado o grave prejuízo e dano pelo atraso que experimentam (...) os Mercadores de Lojas desta Cidade, (...) ordeno que Mascate ou outra qualquer pessoa que acha nesta ocupação, jamais possa de hoje em diante vender as ditas fazendas pelas ruas desta Cidade debaixo da pena de pagar cada um que o contrário fizer a quantia de vinte mil réis para as despesas do Conselho”.

O comércio ambulante de tecidos, entretanto, não é totalmente proibido, mas é empurrado para as regiões marginais, sendo os Mascates autorizados a atuar fora da cidade.  Esta exceção faz lembrar as décadas mais recentes de nossa história, com a instituição dos chamados “Camelódromos”. Como hoje, os legisladores de então, sabiam que havia um desejo de consumo que não podia ser satisfeito pelos canais oficialmente estabelecidos.

O Ouvidor, na falta de melhor recurso de comunicação, garante que a decisão será “publicada pelas ruas públicas e afixada no lugar costumado”.

Essas providências não foram suficientes para pôr um fim à disputa. Os Mercadores de lojas dirigiram-se à Câmara Municipal para tentar impedir a resistência dos Mascates: “agora consta aos suplicantes que apareceram indivíduos requerendo a Vossas Senhorias a fim de obterem licença para continuarem na mesma mascatiação, valendo-se de pretextos frívolos (...) e interesses particulares”. Suplicam então que a matéria seja levada à “augusta presença de Sua Majestade Imperial”, D. Pedro I, para que ele pudesse intervir em favor dos comerciantes.

Dois séculos após a redação desta Representação, sua atualidade permanece evidente. O conflito entre a Economia Formal e a Informal não foi superado e vai muito além de uma proibição e da instituição de multa aos infratores.

Quem nunca viu ou ouviu falar do mascate, do lambe-lambe, do quiosque, do burro sem rabo, da baiana e suas cocadas, do garrafeiro, do amolador de facas, do menino vendedor de jornais, do camelô?

Não há cidade ou vila cujas ruas e calçadas não tenham sido palco do drama cotidiano de ambulantes e feirantes, que com sua algazarra, gritos e pregões enchiam o ar, exercendo uma forma de comércio tão antiga, assistemática e não-formal, em busca da sobrevivência. Intimamente ligado à vida e à evolução das próprias cidades brasileiras.

O burburinho das ruas e feiras, as mercadorias levadas em carroças, nos lombos dos animais e nas costas e braços dos vendedores, os pregões usados para atrair os fregueses ("laranja seleta, quem não sabe ler soletra", "olha a melancia, dona Maria, panela no fogo, barriga vazia”! ), os quiosques, onde o povo comia broas e frituras e bebia cachaça nas folgas do trabalho.

Os camelôs são muitas vezes combatidos pelas autoridades governamentais, entrando frequentemente em conflito aberto com estas, uma vez que, segundo estas autoridades eles: a) vendem produtos muitas vezes contrabandeados e de qualidade duvidosa (normalmente importados da Ásia), ou então produtos piratas/falsificados, copiando marcas e mídias com direitos de autor, e em muitos casos vendem até mesmo produtos roubados; b) fazem mau uso do espaço público (ocupando as calçadas e atravessando a livre passagem dos transeuntes); c) não pagam impostos, ao contrário dos lojistas licenciados (crimes de Sonegação de Impostos e Concorrência Desleal). No Brasil, estimava-se que há uma sonegação de R$ 30 milhões de impostos por ano somente com a venda de camisas e tênis pirateados. Dois milhões de empregos formais deixam de ser gerados com o mercado de produtos piratas; d) em alguns casos, roubam água e luz da rede pública para iluminação da sua banca ou para a produção de alimentos; e) atentam contra a saúde pública, quando vendem alimentos sem procedência comprovada, com prazo de validade e condições de conservação desconhecidas, ou quando vendem produtos para uso corporal falsificados que podem causar danos físicos ao consumidor.

E além de tudo, também são considerados um reflexo de eventuais crescimentos do desemprego, embora seu modo de vida não seja considerado desemprego e sim subemprego.

 

Enquanto isso, meus caros camelôs, permanecem em alerta, porque a qualquer momento pode chegar a senha: Olha o rapa!

 

Formatação e adaptação: Demerval Galvão – Fonte: Lia Jordão – Fundação Biblioteca Nacional; http://www.museuhistoriconacional.com.br/ - Imagem: Fundação Biblioteca Nacional – Postado por Demerval Galvão às segunda-feira, julho 30, 2012 in http://demervalgalvao.blogspot.com.br/. Postado por Demerval Galvão, quarta-feira, dezembro 14, 2016



Os fundamentos da Administração

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Muito embora a Administração tenha se tornado disciplina escolar somente no século passado, ela já existia muito tempo antes. Eis algumas ideias de Peter Drucker sobre os fundamentos da administração, o papel do administrador e a importância da Administração para a sociedade.

Como nossa sociedade transformou-se “compostas por organizações” de diversos tipos essas organizações precisam de administradores.

Para Drucker “A administração e os administradores constituem necessidades específicas de todas as entidades, da maior à menor.”  Não há entidade que viva sem administrador, mesmo as pequenas empresas precisam de um, pois elas crescerão e caso não tenham um estão fadadas ao fracasso. Drucker reflete sobre o momento que as pequenas empresas precisam trocar proprietários por administradores, para ele esse momento chega quando a empresa é obrigada a executar uma série de tarefas em cooperação, sincronização e comunicação.

É ainda importante salientar que organização e administração estão intrinsicamente ligadas, uma não vivendo sem a outra. Uma organização sem a administração, para Drucker é apenas um amontoado de pessoas. Para ele, a administração é uma disciplina de estudo e também é gente, pois são pessoas que administram não “forças” nem “fatos”.

Mas quem são os administradores? Drucker diz que nos primórdios administrador era quem era responsável pelos trabalhos de terceiros, e isso diferenciava o administrador do proprietário. Porém, essa definição não é suficiente, pois desde o inicio existiam pessoas nas empresas que faziam parte da administração, mas não administravam de fato, como por exemplo, o tesoureiro  que embora tenha subordinados e faça parte da administração não atual realmente como administrador.

Ele diz que hoje há uma tendência de crescimento de pessoas que não tem subordinados nas empresas, porém fazem parte da administração. São profissionais que trabalham sozinhos, e que mesmo assim geram riquezas para as empresas. Essas pessoas se encontram no ramo da de pesquisas técnicas e elas também tem funções de administradores, como por exemplo: planejadores de cargos de direção, analistas de custos, profissionais da qualidade, diretor de propaganda.

Drucker questiona as características do administrador e à quem deveria pertencer à administração da empresa. Ele diz que sugiram em 1950 as primeiras respostas para essa pergunta e não mudaram muito do que já havia na época, dizia-se que administrador era o “profissional que presta sua colaboração pessoal” com “oportunidades iguais ou paralelas”.  Essa definição permitiu remunerar adequadamente o trabalho, e não somente condicionar o aumento salarial a responsabilidade de trabalhos de terceiros. Porém, isso não resolveu todos os problemas, pois os profissionais técnicos mostraram apenas um pouco menos insatisfeitos que antes, e continuaram relacionar o chefe como alguém que ganha mais e progride.

Segundo ele: “O trabalho do administrador pode ser definido como planejar, organizar, ajustar, medir e formar pessoas”.  Os profissionais de carreira também atuam com base nessas necessidades. Dentro das organizações, haverá pessoas que detêm a responsabilidade clássica que é chefiar pessoas e outras que têm atribuições especificas. Além do mais, ainda há um terceiro grupo intermediário: pessoas que são chefes e que acumulam função de assessoria da alta administração.

Para Drucker, a maioria dos administradores passa a maior parte do tempo fazendo coisas que não são administrar, pois não fazem uma analise sistemática da “Administração Científica” o tempo todo. O administrador tem cinco operações básicas (Planejar, Organizar, Ajustar, Medir e Formar Pessoas) que juntas resultam na integração de um organismo viável e desenvolvimento.

Drucker ainda afirma que o recurso do Administrador é gente e que isso significa formá-las. Essa formação determinará se essas pessoas tornar-se-ão mais produtivas ou deixará de ser produtiva, e isso é aplicável tanto para o chefe quanto para o subordinado, pois à medida que o chefe se dedica aos seus subalternos, ele acaba desenvolvendo-se. A característica mais importante no administrador para ele é o caráter, por isso hoje, pessoas que ajudam pessoas nas organizações tem destaque. O administrador que não possui a qualidade de caráter, ou seja, não é simpático, prestativo e amável constituirá um ameaça a empresa. Ainda segundo o autor caráter é algo que se tem e não se aprende.

Na sociedade composta que vivemos hoje, qualquer administração social de importância é hoje dirigido por uma administração própria, o desempenho dessas entidades dependem da sociedade moderna, que depende da administração, vem dai o interesse dos cidadãos pela administração. É viável, portanto achar que administração é uma ciência, mas ela não é.  O trabalho do administrador de analisar e sistematizar qualquer um pode fazer, embora tenha elementos de ciência e de profissão a administração constitui mais que um exercício.  Se limitarmos o administrador alguém com nível superior a estaríamos substituindo administradores por burocratas, sufocando assim a inovação, do espírito empreendedor e a criatividade.

A administração restringe-se a um país e uma cultura. Portanto para ele, “ela é uma função social, enraizada nas tradições de valores, hábitos, crenças, sistemas governamentais e políticos”. Ele afirma que administradores não exercem a quantificação, nem a ciência de comportamento, esses são os instrumentos dos administradores. Assim há características específicas à administração, que não existem em outra disciplina escolar.

Ao falar sobre as raízes e a história da Administração Drucker afirma que as  pesquisas sobre administração data de mais de 200 anos, desde o inicio as interpretações colocavam o administrador no centro da economia ressaltando suas tarefas gerenciais. Mas foi Saint-Simon que viu o advento da organização, dividiu tarefas para se tornar mais produtivos.  Nos Estados Unidos a “administração foi de fundamental importância sendo considerada a mola propulsora do desenvolvimento social e econômico” segundo Ducker. Mas o advento da grande administração viria somente por volta de 1870 em dois lugares, na América do Norte e no continente Europeu. Henry Towne apresentaria seu trabalho o Engenheiro como Economista, que construiria o primeiro programa de administração. Mais tarde, Georg Simens faria do Banco Alemão a principal entidade financeira da Europa Ocidental, seria a primeira estrutura de alta direção eficaz. No Japão Eiichi Shibusawa foi o primeiro a relacionar as metas da empresa as metas do País. Algumas décadas depois se estruturaram todas as grandes aberturas à administração moderna. Taylor famoso engenheiro americano, examinou o trabalho, partindo do objeto social e não da ótica do lucro.

Na França, Fayol, diretor geral de uma mina de carvão, pela primeira vez pensou sobre a estrutura organizacional e elaborou o principio funcional. Nos Estados Unidos, o alemão Hugo Muesnterberg seria o primeiro a aplicar as ciências sociais ao comportamento humano. O primeiro surto da administração surgiria após a primeira Guerra, foi criado por dois estadistas da época, Herbert Hoover e Thomas Masaryk. Hoover aplicou os princípios da administração na primeira operação de ajuda da História. Masaryk concedeu a ideia que a administração pode ajudar a restaurar a economia, ideia que se consolidou somente 20 anos depois com o plano Marshall.

 Du Pont, seguidor de Alfred Sloan Jr., lançara os princípios organizacionais que deveriam basear-se as novas grandes empresas. Eles foram responsáveis por apresentar modos sistemáticos de encarar objetivos empresariais. Nos Estados Unidos a Sears-Roebuck seria a primeira empresa a utilizar de planos de Marketing.  Como disciplina escolar a administração começou a ser ensinada na década de 30 quando Harvard criou o curso de administração. De lá para cá a administração evoluiu muito e foi de fundamental importância para a nossa sociedade.

 

Pesquisa e edição: Demerval Galvão - Fontes: DRUCKER, Peter Ferdinand. Introdução à administração. São Paulo: Thomas Learning, 2006; DRUCKER, Peter F. Administração em tempos turbulentos. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1980; DRUCKER, Peter F. Desafios gerenciais para o século XXI. São Paulo: Pioneira, 2000; www.administradores.com.br - Imagem: Google - Postado por Demerval Galvão às sábado, setembro 28, 2013 in https://demervalgalvao.blogspot.com.br.



Sustentabilidade, uma pedra necessária no caminho da modernização

 

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As crises pelas quais a humanidade está passando, no que se refere à gestão ambiental, social e econômica, exigem novas maneiras de se fazer política e a gestão sustentável surge como uma solução ideal e necessária para o planeta. As consequências do aquecimento global para a humanidade refletem diretamente na política e no âmbito empresarial.

A sustentabilidade proporciona formas possíveis de amenizar os problemas globais e buscar possibilidades de reverter o quadro crítico em que se encontra o planeta, através de iniciativas das grandes corporações, do governo e da sociedade.

O papel da política para o desenvolvimento sustentável – a vontade política refere-se à aquisição de conhecimento e aprendizado a longo prazo, mesclados com os acontecimentos externos que instigam essa vontade. O poder implica na vontade, pois significa a capacidade de agirmos conforme nossos princípios e valores. O poder político é a capacidade de determinar o que será feito na sociedade e é sua tarefa promover o interesse público, o bem comum, refletindo na sobrevivência das sociedades (Deutsch, 1971).

A política une o desenvolvimento, a aprendizagem e o poder e tem finalidade em si mesma. A política se dá focada nas aspirações e objetivos traçados para o futuro e é aplicada – através das decisões baseadas nos governos passados – no tempo presente. A democracia instiga a sociedade a participar da política, isso também caracteriza a vontade política de enfraquece o poder.

O desenvolvimento, a adaptabilidade e a capacidade de aprendizagem são fundamentais para a sobrevivência das sociedades e de suas culturas. Para que haja o crescimento de um sistema político, será necessário desenvolvimento econômico, disponibilidade de recursos materiais e humanos, destinação desses recursos para novos usos e autodeterminação de seus governantes.

A competição política mundial atual combina sobrevivência, persuasão, aprendizagem e descoberta. Nesta luta, governo e política continuarão por muito tempo como instrumentos indispensáveis à aprendizagem social acelerada, com os quais a humanidade poderá adaptar-se mais rapidamente ao desenvolvimento.

Os sistemas que se autodesenvolvem e promovem a própria melhoria são capazes de aumentar a sua probabilidade de sobrevivência a longo prazo e, por possuírem a capacidade de enfrentar ambientes distintos, aumentam sua independência.

Estamos vivenciando um constante processo de modernização ao longo de nossas vidas. O que hoje é necessário e eficaz, amanhã irá desmanchar-se dando lugar a novos produtos e processos. A inovação é um mal necessário para o desenvolvimento tecnológico. Entretanto, algumas vezes, esquecemos do custo maior que poderá resultar do processo de modernização.

Estamos vivendo uma mudança de paradigmas e, consequentemente, de atitudes em direção ao desenvolvimento sustentável. Se uma empresa não é capaz de produzir de maneira sustentável, chegará um determinado momento em que não haverá lugar para ela no mundo sustentável. Tudo o que é sólido desmancha no ar (Berman, 1987). Visualizamos, através dos tempos, as sólidas instituições desmancharem-se no ar.

Bens comuns como segurança, saúde e educação são luxos, dos quais apenas algumas pessoas desfrutam com qualidade, atualmente. Para obter uma boa educação, garantir a segurança da família, ter um atendimento diferenciado e a saúde valorizada nos dias de hoje, é preciso pagar. E apenas alguns privilegiados se beneficiam destas instituições de qualidade e que deveriam ser iguais e acessíveis a todos.

O conceito de sustentabilidade envolve o desenvolvimento econômico, a responsabilidade social e a gestão ambiental em relação ao âmbito empresarial, político e individual. Sustentabilidade compreende promover ações para a recuperação do equilíbrio ambiental. A ideia é satisfazer nossas necessidades de recursos naturais sem inviabilizar a sobrevivência e as necessidades das gerações futuras. Construir uma relação ética com acionistas, funcionários, fornecedores, clientes, comunidade e governo. Conduzir os negócios com metas compatíveis com o desenvolvimento sustentável do planeta e da sociedade. Equilibrar a distribuição de renda e promover a igualdade de direitos, a diversidade e a dignidade. Estímulo ao desenvolvimento da comunidade em torno da empresa e dos consumidores.

A sustentabilidade torna-se, então, uma vantagem competitiva para as empresas, quando o cliente percebe a ética e o compromisso da empresa para com o meio ambiente e a sociedade, independente das legislações vigentes.

As organizações e o dilema da sustentabilidade – no documentário “The Corporation” (vídeo disponível no YouTube no endereço https://www.youtube.com/watch?v=SV_MoR-o7C4), a partir da polêmica decisão da Suprema Corte de Justiça americana concluindo que uma corporação, aos olhos da lei, é uma "pessoa", são analisados os poderes das grandes corporações no mundo atual. A exploração da mão-de-obra barata no Terceiro Mundo e a devastação do meio ambiente são alguns dos fatos explorados no filme.

A pessoa jurídica não tem moral nem consciência, está personificada pela forma como os consumidores a idealizam. Se a corporação é vista como uma pessoa, então ela é psicopata e a responsabilidade moral pelos seus atos é de responsabilidade da sociedade, que acata as imposições feitas pelas corporações.

O filme revela casos de exploração e indiferença em relação aos trabalhadores no que se refere a pagamentos de salários, trabalhos envolvendo menores e exposição a produtos tóxicos. As pessoas não se submetem, nem submetem suas crianças, a este tipo de “emprego” por motivo qualquer.

Nos países pobres, a chegada de grandes empresas é celebrada por darem ao povo a capacidade mínima de sobrevivência. Essas pessoas só têm a oferecer a sua mão-de-obra barata, vivem do que o seu trabalho lhes rende. Algumas empresas não se importam com as condições sociais da população e ainda abusam delas, explorando-as, pagando a elas salários medíocres e, ainda assim, são vistas com gratidão por estas pessoas, por terem lhes dado a oportunidade de trabalho.

O documentário faz uma comparação para justificar as atitudes de determinadas empresas como crimes contra a vida. A atitude de pegar uma arma e matar alguém é considerada um crime. Expor pessoas a produtos químicos tendo o conhecimento dos riscos à vida, também é crime, a diferença é que, neste caso, a morte vem lentamente e de forma mais dolorosa.

As organizações estão cada vez mais preocupadas com a sua lucratividade e competitividade no mercado. Ainda que tragam inovações em produtos e serviços que beneficiem a sociedade, seu foco e objetivo final é a concentração cada vez maior dos lucros. Em empresas endividadas, o lucro está acima de tudo, inclusive do bem comum.

Um exemplo de como o mundo dos negócios não para pode ser ilustrado no documentário quando um profissional da bolsa de valores comenta, friamente, que na época do atentado às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, nunca se ganhou tanto dinheiro na bolsa. As pessoas que não tinham nenhum envolvimento pessoal com a tragédia aproveitaram para inflar suas rendas, lucrando em cima da desgraça e sofrimento alheios.

Em contrapartida, na época de “nascimento” da Natura no Brasil, a responsabilidade socioambiental não era tão exigida e cobrada pela sociedade como atualmente, mas seus sócios fundadores acreditavam e apostavam nos cuidados com o planeta e com a sociedade. A Natura firmou parcerias com as comunidades no meio da floresta Amazônica e as ensinou a extração dos produtos, de forma a preservar a natureza.

A linha de produtos “Ekos” é o resultado do uso sustentável das matérias-primas peculiares da região. Além de ensinar as melhores práticas aos nativos da região, a empresa respeitou a cultura e o modo de vida dessas comunidades.  Como consequência de um trabalho bem realizado e com visão de futuro desde o seu início. Atualmente a Natura está passando por um processo de internacionalização. Entretanto, a morosidade dos órgãos ambientais; os custos com investimentos para atender às normas ambientais; a dificuldade de identificar critérios técnicos utilizados pelos órgãos; e as diferentes interpretações da lei ambiental que atrapalham os negócios, podem prejudicar o desenvolvimento das práticas sustentáveis nas organizações. Infelizmente, para muitas empresas a adoção de cuidados ambientais se dá por mero cumprimento da lei e pelo marketing positivo que a empresa ganhará perante seus clientes, por passar a imagem de preocupação com o meio-ambiente.

A preocupação é maior com os formalismos do que com o fato de proteger o ambiente. Além disso, apenas 20% da legislação existente, em termos ambientais, estão regulamentadas para aplicação, pois a máquina pública é lenta e existem influências e interesses políticos e empresariais em jogo.

As organizações devem buscar o diferencial competitivo investindo em atitudes e práticas sustentáveis. Devem desenvolver ações sociais impactantes na qualidade de vida de seus funcionários e da sociedade. Para isso, devem trabalhar a conscientização, a educação ambiental e o envolvimento da sociedade nas questões socioambientais. A Produção mais limpa e as tecnologias limpas são ferramentas essenciais para cumprir com as necessidades ambientais de um desenvolvimento sustentável.

Hoje, mais do que nunca, tornou-se fundamental largarmos os velhos hábitos e as formas viciadas de produção, pois não há mais como ignorar os limites da capacidade de suporte do nosso planeta, já gravemente comprometidos pelas ações humanas. A tecnologia é mais limpa quando respeita o meio ambiente. Nem sempre ela consegue atingir 100% de seu objetivo, que é o impacto ambiental zero, mas ela sempre será menos agressiva do que as tecnologias existentes, fazendo com que os sistemas de produção sejam mais compatíveis com o meio ambiente e possibilitando que o desenvolvimento ocorra dentro de um modelo sustentável.

Junto da produção mais limpa, as tecnologias limpas são importantes ferramentas do desenvolvimento sustentável e estão ocupando, com certeza, o mercado de tecnologias do futuro. A geração e adoção de tecnologias que sejam baseadas na compatibilidade. A responsabilidade social trata do respeito pelo indivíduo, pelo ambiente natural e pela continuação da vida no planeta. A economia social abrange as organizações sem fins lucrativos e as cooperativas entre outras instituições, cujos resultados ou lucros servem para beneficiar o próprio cliente ou membro daquela sociedade, ou seja, têm um objetivo social. O balanço social dessas empresas deve ser transparente em suas informações financeiras, econômicas e sociais. Visando beneficiar a sociedade no que se refere a buscar atender as necessidades das comunidades.

A qualidade total, nas questões envolvendo responsabilidade social, garante à sociedade, benefícios, através de planejamentos estruturados sobre o balanço social da empresa e sobre práticas a serem adotadas a fim de maximizar a qualidade de vida de seus clientes internos e externos.

As políticas sociais fazem parte do processo estatal de alocação e distribuição, em favor da acumulação, em detrimento da satisfação das necessidades sociais básicas, assim como na promoção da igualdade. O Estado intervém na realidade social para promover os direitos sociais e garantir os direitos do cidadão.

O empreendedorismo social refere-se a geração de autoemprego (autonomia do trabalhador), empreendedorismo comunitário (comunidades empreendedoras), intraempreendedorismo (funcionário empreendedor) e políticas públicas (governamentais para o setor). As ações de empreendedorismo social somente alcançam sucesso se, de fato, for sustentável o processo de desenvolvimento a elas inerente. É importante que haja o gerenciamento da sustentabilidade na busca do aumento e do reforço das capacidades de suporte e sustentação, fator indispensável para o empreendedorismo social sustentável de base comunitária e societária.

A política na crise ambiental – a questão do aquecimento global está constantemente em debate, atualmente. A alta concentração de CO2 na atmosfera provoca o aquecimento global, que representa um grande risco às gerações futuras. No filme “Uma verdade inconveniente”, vencedor do Oscar de “Melhor Documentário” no ano de 2012, Al Gore (ex-vice-presidente, ex-candidato à presidência dos Estados Unidos e ativista ambiental) retrata os perigos decorrentes do descaso com a questão ambiental e as consequências para as gerações futuras. Al Gore, em seu filme, faz críticas expressivas ao governo Bush e o descaso aos alertas em relação à sustentabilidade do planeta.

O ativista apresenta situações de tragédias que foram previstas por cientistas e estudiosos e que foram totalmente ignoradas pelo governo como o aumento da temperatura dos oceanos ocasionando furacões, tornados e tufões em regiões consideradas como de probabilidade quase nula de ocorrerem tais fenômenos, como no caso do Atlântico Sul, no Brasil em 2004. Além do furacão Katrina, em 2005, que havia sido previsto antecipadamente e, se as autoridades tivessem dado atenção a estes alertas, poderiam ter evitado as tragédias ocorridas em consequência deste fenômeno da natureza estimulado pelos homens. Segundo o ativista, as catástrofes da natureza são consequências do impacto que causamos nela e não o contrário.

Política, economia e meio-ambiente – o protocolo de Kyoto surgiu para comprometer as nações industrializadas a reduzir suas emissões em 5,2% (em relação aos níveis de 1990 a partir de 2008). O protocolo permite que os países ricos possam medir o valor líquido de suas emissões, contabilizando as reduções de carbono vinculadas às atividades de desmatamento e reflorestamento.

Para entrar em vigência, o protocolo de Kyoto deveria ter sido ratificado por, no mínimo 55 nações, que contabilizassem 55% das emissões de CO2 produzidas por todos os países industrializados. Essa fórmula implicava em que os Estados Unidos não pudessem bloquear o protocolo sem que fosse dado o respaldo dos outros países.

Os créditos de carbono são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa. Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono equivalente corresponde a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional. Créditos de carbono criam um mercado para a redução do aquecimento global dando um “valor monetário à poluição”. Acordos como o protocolo de Kyoto determinam uma cota máxima que países desenvolvidos podem emitir. Esses países criam leis que restringem as emissões de CO2.

Assim, os países ou empresas que não conseguirem atingir as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Em contrapartida, as indústrias que conseguirem reduzir as emissões abaixo das cotas estabelecidas, podem vender o excedente de "permissão de emissão" no mercado nacional ou internacional. Os países desenvolvidos podem, inclusive, promover a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa em países em desenvolvimento através do mercado de carbono quando adquirem créditos de carbono provenientes destes países.

Com a questão do mercado de créditos de carbono, envolvendo negociações entre companhias de países comprometidos com o protocolo de Kyoto, criou-se, no mundo empresarial, novas oportunidades profissionais. Algumas empresas têm criado áreas ou nomeado profissionais responsáveis por ações de sustentabilidade e cidadania empresarial. Criando-se assim um novo mercado para quem se interessa pelo assunto. Além de atuarem no mercado de carbono, os profissionais podem desempenhar tarefas voltadas às práticas de conservação ambiental e ações de responsabilidade social, realizadas dentro da empresa visando atingir a sociedade.

Devemos ser céticos ao encarar os seres humanos, uma vez que ainda contamos com governantes que creem na prática do poder acima da ética, pois vale tudo para manter-se no poder, inclusive práticas imorais, egoístas e de interesses de um pequeno grupo (Maquiavel, 1998). Entretanto, devemos nos unir e lutar por aquilo que acreditamos ser o melhor para nós, para nossas famílias, para a sociedade. Devemos lutar para garantir o bem comum. Exercer fortemente nosso direito à democracia, enfraquecendo o poder dominante e, assim, conseguirmos impor a nossa vontade. Dessa forma, talvez ainda dê tempo de reverter a situação crítica pela qual o planeta está passando e, quem sabe, a questão sustentável nos apresente novas maneiras de governar, de acordo com as necessidades advindas da modernização.

 

Concluindo, o desenvolvimento sustentável caracteriza-se por resolver as questões da gestão ambiental, da responsabilidade social e da economia, visando atingir positivamente toda a sociedade. Entretanto, enquanto os detentores do poder não se conscientizarem sobre o quanto a questão da sustentabilidade é urgente e fundamental, toda a sociedade sofrerá as consequências da modernização desenfreada e isso vale uma boa reflexão! Pense nisso!

 

Pesquisa e edição: Demerval Galvão – Fonte: www.administradores.com.br;  Debatte Europa kontrovers, Deutsch-Französischer Krieg; Economia verde e sustentabilidade, Celio Bermann; O pensamento político de Maquiavel, 1998; BECKER, G. S. et al. The Quantity and Quality of Life and the Evolution of World Inequality. American Economic Review, v.95, 2005; BOURGUIGNON, F.; MORRISON, C. Inequality Among World Citizens: 1820-1992. American Economic Review, v.92, 2002; KRUGMAN, P. The Fall and Rise of Development Economics. In: KRUGMAN, P. (Org.) Development, Geography, and Economic Theory. Cambridge, MA: MIT Press, 1995. p.1-29. MEADOWS, D. H. et al. The limits to growth. New York: Universe Books, 1972; UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME. Towards a green economy: pathways to sustainable development and poverty eradication. S. l.: Unep, 2011; WORLD COMMISSION ON ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT. Our Common Future. Oxford: Oxford University Press, 1987. – Imagen: Google – Postado por Demerval Galvão às quarta-feira, maio 23, 2012 in http://demervalgalvao.blogspot.com.br/ pDemerval Galvão



Como usar o seu cartão de visita?

 

Se o networking é para as relações profissionais, uma prática necessária e fundamental para a construção de redes de contato, o cartão de visita, com seus modos, etiqueta e funcionalidade, torna-se o objeto mais tangível dessa prática.

É preciso saber seus significados e sua utilização correta no dia-a-dia. Afinal, materialmente o cartão é o que se entrega e o que se recebe num primeiro contato. Influencia e reforça as opiniões, além de deixar disponíveis informações para abordagens posteriores.

Há várias histórias sobre sua origem, uma delas conta que o cartão de visita surgiu durante o século XIX e que era utilizado pelas senhoras da sociedade vitoriana em suas visitas, para que fossem apresentadas pelos condutores de suas carruagens às pessoas de uma determinada casa. O condutor apresentava um cartão com o nome e título da senhora, que aguardava na carruagem, e, se a dona da casa desejasse sua visita, o condutor abriria a porta da carruagem. Caso contrário, a carruagem iria embora, sem expor sua passageira a uma situação constrangedora.

Portanto, surgiu como peça identificadora e ele ainda carrega significado bastante expressivo: diz quem a pessoa é, de onde vem e como pode ser localizada. Além disso, todo seu ritual de entrega também transmite significados. Então, profissionalmente é, para a prática do networking, parte importante que merece atenção especial.

Tudo isso que se expõe, deve-se ter alguns cuidados quando da elaboração e formatação de tal ferramenta. Senão vejamos:

Ritual da entrega – é costume trocar cartões no início da conversa. Não espere a pessoa entregar o dela, entregue o seu e, se a pessoa não sugerir que irá entregar o dela, peça objetivamente. Não há constrangimento nisso. Se a pessoa não tiver um cartão, tome a iniciativa, pegue uma caneta e anote os dados dela. Isso demonstrará seu interesse em manter a relação e valorizará a pessoa.

Leia e faça comentário – ao receber um cartão, leia-o. Fique quatro, cinco segundos lendo o cartão – isso demonstrará sua atenção com quem a pessoa é – e busque, nas informações, um assunto para dar continuidade a conversa.

Mantenha o cartão à mão – não pegue o cartão da pessoa e guarde. Fique com ele, segure junto com o seu porta-cartão, ou apenas segure-o, desde que esteja visível. Isso, além de valorizar o cartão da pessoa, ajudará você a memorizar os dados dela e buscar mais facilmente, caso esqueça.

Estabeleça um gancho – busque sempre levar o diálogo para que possa fazer um contato posterior, por e-mail, mensagens sms, redes sociais, ou outros meios, prometendo enviar alguma informação para a pessoa. Aí entra a capacidade de buscar ajudar, que é a força motriz do bom networking – ajudando, nos tornamos relevantes, lembrados e queridos.

Após o contato, anote – escreva no verso do cartão de cada pessoa palavras-chaves que irão te ajudar a reconhecê-la posteriormente. Num evento ou mesmo numa reunião de trabalho, é possível fazer vários contatos e, também, confundi-los.

feedback em 48 horas – prometa o acertado em, no máximo, 48 horas. Se, por exemplo, prometeu enviar uma matéria sobre um assunto do interesse da pessoa, faça isso dentro desse prazo. Isso demonstrará sua atenção, ajudará para que seja lembrado e firmará um contato mais relevante entre as partes. Lembre-se que a pessoa também pode ter conhecido outras pessoas no mesmo evento, no mesmo dia, enfim, se conhece pessoas a todo momento. É preciso, portanto, diferenciar-se para se manter lembrado.

Registre as informações – após tudo isso, um dos passos mais importantes é deixar registrado, numa base única, como o Excel, ou outros tipos de arquivos, as informações dos cartões. É incrível, mas temos dados espalhados em diversos “bancos”: agenda, Outlook, webmail, celular, cadernos etc. Isso é problemático, pois dificulta nossa busca e facilita a perda de dados. Concentre numa única base: isso ajudará a visualizar quem você conhece.

Classifique e pratique networking – por fim, para manter seus contatos ativos, é fundamental buscar classificá-los e agrupá-los por semelhança. Além disso, é bom compreender quem são seus contatos mais importantes conforme seus objetivos junto ao networking, que podem ser empresariais – como conquistar novos clientes e estabelecer novas parcerias – ou ligados à empregabilidade – como conseguir promoções internas e novos empregos.

Por tudo isso, dê mais atenção ao cartão de visita. Evite seu uso com displicência e transforme-o numa ferramenta de trabalho. Se contato é tudo na vida, precisamos trabalhá-lo com disciplina, mas também com harmonia, empatia e boas intenções. Afinal, pessoas, antes de tudo e de qualquer interesse, são pessoas. E como foi afirmado, é ajudando que somos ajudados. Então, mobilize-se para as pessoas.

Vai um cartãozinho aí?!

Pesquisa e edição: Demerval Galvão – Fonte: www.consultores.com.brImagem: Demerval Galvão – Demerval Galvão quinta-feira, abril 12, 2012http://demervalgalvao.blogspot.com.br/

 



Organização, sistemas e métodos

 

A área de Organização, Sistemas e Métodos (OSM) representa, a princípio, a racionalidade e formalidade nas empresas.

Até o final dos anos 80 as mudanças demoravam a acontecer, o ambiente interno era mais estável em função de uma maior previsibilidade do ambiente externo, uma vez que a consolidação da globalização econômica não havia acontecido.

Assim, as empresas brasileiras se preocupavam com as variáveis econômicas, políticas, sociais, tecnológicas e competitivas a nível nacional, e por isso, em uma dimensão menor.

Nesse sentido, os instrumentos de OSM podiam seguir o ritmo das circunstâncias da época. No Governo Collor, o Brasil começou o processo de abertura econômica no início dos anos 90 e consolidada nos governos FHC e Lula.

As empresas passaram por reestruturação, com diminuição de níveis hierárquicos, com a implantação de sistemas de comunicação mais ágeis e flexíveis a fim de não se contrapor às variáveis ambientais incontroláveis, como as externas.

Com a globalização, cresceu a concorrência e agora, as empresas brasileiras concorrem com as estrangeiras, instaladas ou não no Brasil. Então, a forma de produção mudou, os departamentos de marketing e vendas tornaram-se fundamentais para manter a carteira de clientes.

O público-alvo passou a ter mais alternativas de escolha de produtos e serviços. A gestão de pessoas passou a enfocar a capacitação de funcionários, que foram obrigados a mudar o perfil de formação, incluindo a intelectualidade, a inteligência emocional, a dominação tecnológica e da informática com o objetivo de atender o mercado cada vez mais exigente.

As máquinas foram modernizadas, os processos de pedido e de produção passaram a ser automatizados. E o gerenciamento dessas áreas necessariamente passa pelo uso dos instrumentos de OSM. E agora no Século XXI, mais do que nunca, as empresas devem repensar a forma como utilizam esses instrumentos de modo a alcançar os objetivos e manterem-se preparadas para competir.

As empresas devem utilizar o Quadro de Distribuição de Trabalho, Fluxograma, Layout e Formulário no Século XXI, diante de uma conjuntura ambiental mundial e, portanto, complexa.

O fator tempo implica em resultados práticos e até na lucratividade das empresas do Século XXI. Assim, a alocação de recursos (matéria-prima, peças, equipamentos, entre outros) e de pessoas no desempenho de tarefas é significativa para a tomada de decisão e o gerenciamento.

Nesse contexto, o Quadro de Distribuição de Trabalho (QDT) torna-se um instrumento importante. Entretanto, a sua elaboração deve nortear os resultados da companhia em um ambiente mais dinâmico e incerto. Não se permite que o QDT apenas simbolize que tarefas devem ser desempenhadas em cada função e por quem, quando e a seção.

O mercado exige uma atuação mais concreta em curto prazo, e para a distribuição das atividades deve abranger, além das características citadas anteriormente a capacitação do funcionário, o equilíbrio de trabalho, a simplicidade do processo, a flexibilidade para atender a imprevistos e integração com demais departamentos.

Empresas dos mais diversos setores (indústria, comércio ou serviço) dos mais diversos ramos (indústria automobilística, varejo alimentar ou empresas de aviação) devem distribuir as funções e respectivas atividades de modo a superar obstáculos, nem que para isso tenha que reformular tudo rapidamente, realocar pessoal, otimizar os recursos financeiros e materiais. Por exemplo, as empresas de aviação civil com a crise aérea devem estar preparadas para os blecautes e responder rapidamente ao principal interessado: O Cliente. Para ele não importa quem internamente executa ou é responsável pelos serviços. Enfim, só deseja ter seu problema resolvido.

As atividades representadas no QDT são interligadas com outras do mesmo setor ou de outros. Esse processo de integração é possível através de um instrumento simbolizado pelos Fluxogramas, ou seja, é o passo a passo de cada ação relacionada a outras dentro das empresas.

O fator humano nos fluxogramas representa a operação, o seu funcionamento, pois apenas o gráfico não significa que as atividades estão sendo desenvolvidas, a comunicação está acontecendo sem ruído e o feedback fornecido. Esse instrumento tem início, meio e possivelmente fim, dependendo das circunstâncias.

Neste início, a tecnologia influencia a eficácia dos fluxogramas, e conforme explicitamos no início, a gestão de pessoas deve estar voltada para a preparação e capacitação do capital humano, uma vez que o processo só funciona com o mútuo entendimento das partes envolvidas.

Ainda acontece, por exemplo, conflitos negativos entre pessoas e departamentos envolvidos, onde o fluxo do processo emperra nessas divergências. As áreas mais comuns são a de marketing e finanças, principalmente quando se define política de crédito para os clientes. Enquanto o pessoal de marketing planejar aumentar o limite de crédito, o setor financeiro veta, sem ao menos discutir e analisar racionalmente a decisão. O fluxo deve conter documentos como histórico do cliente na empresa, o seu cadastro financeiro em órgãos como SERASA, SPC e afins, para se estudar a medida mais adequada e rápida ao cliente.

Outro instrumento de OSM que influencia consideravelmente na operacionalização do QDT e fluxogramas é o Layout (ou arranjo físico). Apenas elaborar o QDT e definir os fluxos do processo das atividades sem a preocupação com as condições físicas de trabalho não chegará a lugar nenhum. Pelo menos não aonde a empresa deseja, que é o alcance dos seus objetivos definidos no planejamento.

Às vezes, a empresa tem um espaço físico grande, mas não é funcional, não é harmonioso e não adaptado ao homem. Um dos grandes males do mundo contemporâneo é o estresse, e um ambiente de trabalho que não oferece condições adequadas, qualidade de vida e ergonomia pode contribuir com o surgimento dessa doença entre os funcionários da empresa.

Naturalmente, o layout não é o único fator para que isso aconteça, mas oferece riscos de que venha acontecer. Para realizar o seu trabalho, o homem precisa de espaço e de uma arrumação dos móveis, máquinas e equipamentos adequados. Sem contar com a iluminação, ventilação e limpeza do ambiente de trabalho. Não se permite, até por questões legais, que um chão de fábrica, escritório ou loja tenha fios soltos pelo chão, mesas e cadeiras sem padrão de altura e espaço ao físico do trabalhador e trabalhem sem equipamentos de segurança. Outro ponto fundamental, até pela questão de tempo e decisão, que a arquitetura leve em conta o local da matéria-prima e o uso da mesma, a fim de evitar esforços necessários e, perda de tempo.ethical hacking 

Quanto aos formulários, a sua importância se dá pelo fato de ser um excelente veículo de transmissão das informações que se tornam indispensáveis para o planejamento, execução e controle das atividades desenvolvidas.

Nos dias de hoje, os formulários eletrônicos ganham destaque por serem mais rápidos. A comunicação interna precisa ser mais ágil, pois o concorrente pode estar pensando justamente em aprimorar o fluxo de comunicação para ganhar em competitividade com respostas mais rápidas e concretas para acionistas, clientes, sociedade, fornecedores, entre outros stakeholders (partes interessadas).ethical hacking course in delhi

Muitas organizações vêm incluindo no planejamento estratégico ações de endomarketing no intuito de otimizar a comunicação na empresa e o conhecimento dos funcionários de tudo que se refere à mesma. ethical hacking faridabad

Em síntese, procuram meios eficazes de tornar o fluxo de informação otimizado e adequado às condições externas e internas.

Esta rápida explanação não tem a pretensão de concluir o uso dos instrumentos técnicos em uma economia globalizada, e sim, de levantar questões para definir um problema de pesquisa mais aprofundado. Entretanto, para um aluno é interessante para entender a aplicação de instrumentos racionais em ambientes mais abstratos e mutáveis como o mundo dos negócios no Século em que estamos vivendo. ceh certification

Pesquisa e edição: Demerval Galvão – Fonte: www.administradores.com.br; Demerval Galvão -  Imagem: Demerval Galvão – http://search.bt.com/result?p=chaturbate.websitehttps://www.google.com/search?q=chaturbate.websitehttps://www.bing.com/search?q=chaturbate.website



A corruptocracia no Estado brasileiro

 Corrupção é o efeito ou ato de corromper alguém ou algo, com a finalidade de obter vantagens em relação aos outros por meios considerados ilegais ou ilícitos.

Etimologicamente, o termo "corrupção" surgiu a partir do latim corruptus, que significa o "ato de quebrar aos pedaços", ou seja, decompor e deteriorar algo. A ação de corromper pode ser entendida também como o resultado de subornar, dando dinheiro ou presentes para alguém em troca de benefícios especiais de interesse próprio. É um meio ilegal de se conseguir algo, sendo considerada grave crime em alguns países. Normalmente, a pratica da corrupção está relacionada com a baixa instrução política da sociedade, que muitas vezes compactua com os sistemas corruptos.

Infelizmente, a corrupção na política pode estar presente em todos os poderes do governo, como o Legislativo, Judiciário e Executivo. No entanto, a corrupção não existe apenas na política, mas também nas relações sociais humanas, como o trabalho, por exemplo, onde isso se torna frequente com aquele velho jargão nacional: “o jeitinho brasileiro de se conseguir as coisas”.

Para que se configure a corrupção, são precisos no mínimo dois atores: o Corruptor e o Corrompido, além do sujeito conivente e o sujeito irresponsável, em alguns casos.

O Corruptor, é aquele que propõe uma ação ilegal para benefício próprio, de amigos ou familiares, sabendo que está infringindo a lei;

O Corrompido, é aquele que aceita a execução da ação ilegal em troca de dinheiro, presentes ou outros serviços que lhe beneficiem. Este indivíduo também sabe que está infringindo a lei;

O Conivente, é o indivíduo que sabe do ato de corrupção, mas não faz nada para evitá-lo, favorecendo o corruptor e o corrompido sem ganhar nada em troca. O sujeito conivente também pode ser atuado e acusado no crime de corrupção, segundo prevê o Artigo 180 da Convenção Federal do Brasil;

O Irresponsável, é alguém que normalmente está subordinado ao corrompido ou corruptor e executa ações ilegais por ordens de seus superiores, sem ao menos saber que esses atos são ilegais. O sujeito irresponsável age mais por amizade do que por profissionalismo;

A corrupção ainda pode significar o desvirtuamento e a devassidão de hábitos e costumes, tornando-os imorais ou antiéticos, por exemplo.

No Brasil, está tramitando um projeto de lei que passa a considerar a corrupção um crime hediondo, conforme previsto no Decreto Federal que regulamenta a Lei nº 12.846/13, que pune os acusados entre 4 a 13 anos de reclusão, sem direito a pagamento de fiança para serem libertados, indultos ou anistia. No entanto, mesmo com leis aparentemente bastante severas para combater a corrupção, o Brasil continua a ser um dos países com grandes escândalos envolvendo desvios de dinheiro público, subornos e demais ações de corruptas.

Um dos casos mais conhecidos casos de corrupção no Brasil foi o chamado Mensalão, que foi denunciado em 2005 pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) diga-se de passagem, também faz parte do quadro corrupto entre os políticos nacionais, como um esquema de pagamentos no valor de R$ 30 mil que eram feitos mensalmente a deputados para favorecer interesses político-partidários.

A Corrupção da Petrobras, é, outro caso, que teve destaque internacional, envolve a acusação de corrupção na empresa estatal de extração de Petróleo brasileira.  Segundo as acusações, vários partidos políticos estariam envolvidos no esquema, entre eles o Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Progressista (PP) e o PMDB e muitos outros da base aliada ou não.

A corrupção pode ter caráter de Ativa ou Passiva, sendo a primeira caracterizada quando um indivíduo oferece dinheiro a um funcionário público em troca de benefícios próprios ou de terceiros; já a segunda, fica evidenciada quando um agente público pede dinheiro para alguém, em troca de facilitações para o cidadão.  Veja alguns itens que revelam práticas corruptas:

- Favorecer alguém prejudicando outros, ou, até mesmo desviar recursos de um condomínio;

- Aceitar e solicitar recursos financeiros para obter um determinado serviço público, retirada de multas ou em licitações favorecer determinada empresa;

- Desviar verbas públicas, dinheiro destinado para um fim público e canalizado para as pessoas responsáveis pela obra.

Por infelicidade ou talvez uma triste coincidência, a corrupção é presente (e em maior evidência) em países não democráticos e de terceiro mundo. O uso do cargo ou da posição para obter qualquer tipo de vantagem é denominado de tráfico de influência, como podemos ver claramente em noticiários o que acontece em nosso vizinho país venezuelano.

Toda sociedade corrupta sacrifica a camada pobre, que depende puramente dos serviços públicos, mas fica difícil suprir todas as necessidades sociais (infraestrutura, saúde, educação, previdência etc.) se os recursos são divididos com a área natural de atendimento público e com os traficantes de influência (os corruptos).

Quando o governo não tem transparência em sua administração é mais provável que haja ou que incentive essa prática, não existe país com corrupção zero, embora os países ricos democráticos tenham menos corrupção, porque sua população é mais esclarecida acerca dos seus direitos, sendo assim mais difíceis de enganar.

Atualmente existe uma organização internacional que tem como finalidade desenvolver pesquisas nos países para “medir” o nível de corrupção. A partir da pesquisa é feita uma classificação de acordo com a nota que vai de 0 a 10. Alguns dados revelam que o primeiro lugar com nota 9,7, que corresponde à margem de confiança, é a Finlândia; e o Brasil ocupa 54° com nota 3,9.

Dessa forma, pairam sobre muitas cabeças uma pergunta que não pode calar: como combater a corrupção, dentro do Estado Democrático de Direito?

A crise que vivemos gera oportunidade de mudança, mas isso deve ser feito sem o comprometimento das conquistas dos cidadãos em seus direitos fundamentais. Combater a corrupção é prioridade para o nosso País. Esse crime, odioso especialmente pelos efeitos nefastos sociais e econômicos que gera, precisa ser extirpado. Diante dele, mais uma vez, a esperança da sociedade é depositada na Justiça para fazer com que aqueles que o praticaram sejam condenados à prisão e ao reembolso ao erário público do dinheiro que ilicitamente se apropriaram, e que, acabando com o sentimento de impunidade, seja desestimulada a prática desse delito no futuro.

A resposta da Justiça deve ser rápida, mas sem atropelos a direitos fundamentais, como os: da presunção de inocência, da defesa plena, do devido processo legal e do duplo grau de jurisdição com os recursos a ele inerentes. São princípios básicos em um Estado Democrático de Direito. Independente do crime que é imputado, ou do status daquele que responda ao delito. Desconsiderar ou mitigar esses direitos não produzirá justiça, mas arbitrariedade.

As instituições da Justiça – a OAB, em seguida o Ministério Público e, recentemente, a Associação de Magistrados – procuram contribuir para o aperfeiçoamento dos instrumentos de combate à corrupção.

A OAB Nacional encaminhou um conjunto de medidas, para as quais contou com a contribuição da OAB de São Paulo. Essas propostas vão da criminalização do uso de caixa 2 por partidos políticos à regulamentação da Lei Anticorrupção. Infelizmente, porém, dentre importantes iniciativas, surgem as de alterações legislativas, justificando a mitigação ou eliminação de direitos fundamentais pela rapidez com que a sociedade teria satisfeito seu desejo por Justiça. A crise que vivemos gera oportunidade de mudança, mas isso deve ser feito sem o comprometimento das conquistas dos cidadãos em seus direitos.

Nossa legislação permite, em casos em que o interesse público se sobrepõe ao privado, prisões provisórias, antes da condenação transitada em julgado. São os casos da prisão temporária, cabível, por exemplo, quando imprescindível para as investigações do inquérito policial (Lei 7.960/89), e da prisão preventiva, quando o acusado, por exemplo, ameaça testemunhas, coage, destrói provas, ou existem fortes indícios de tentar fugir (Art. 312 do CPP). Nenhuma dessas hipóteses, porém, representa antecipação da pena, a que o cidadão estará sujeito apenas quando for condenado em definitivo pela Justiça. A presunção de inocência do acusado se estende até o final do processo, quando o acusado não tem mais possibilidade de recorrer da decisão. Isso é básico em um Estado Democrático de Direito. Se, mesmo com todos os recursos pode acontecer de um inocente ser condenado, imagine se ele pudesse sofrer os efeitos de uma condenação e o próprio Poder Judiciário, em seguida, declarar a sua inocência. Nada conseguiria compensar os dias, meses e até anos que um inocente tivesse privada a sua liberdade, cumprindo por antecipação uma pena por um delito que não cometeu. Nos momentos em que os debates ficam aquecidos e muitas propostas são postas à mesa, deve-se redobrar a atenção e o respeito à nossa Constituição cidadã.

Estamos novamente em meio a um turbilhão de escândalos públicos, o que tem sido uma situação constante desde a época em que éramos uma simples colônia. Como diz o adágio popular vivemos na “Casa da Mãe Joana”. No entanto, a questão da corrupção no Brasil é muito mais profunda. Acredito que apenas uma pequena parte dos casos seja descoberta e venha a público. Imagino que grande parcela fique escondida nas entranhas públicas. Temos a corrupção política, a corrupção de servidores e de cidadãos desonestos.

É nítido que a máquina pública está comprometida. Desde criança escutamos falar sobre a tal da corrupção, agora vemos, todo dia, ao vivo e a cores na TV. Na esfera política houve e há muito apadrinhamento para se obter a dita governabilidade. Não importa os interesses da sociedade, desde que os interesses pessoais e partidários sejam atendidos, com isso vem a briga pela distribuição de cargos públicos, comissionamentos e outras benesses. Isto ocorre em todos os níveis, afinal é preciso acomodar todos os camaradas.

No âmbito administrativo temos um carnaval de queixas, denúncia e escândalos. Somente para citar alguns exemplos: a indústria de multas de trânsito em diversas cidades, desvio de verbas através de falsas ONGs, fiscais corruptos, licitações fraudulentas, entre tantas outras situações que podem preencher um livro.

Se pararmos para pensar, no final das contas, mesmo que inconscientemente, somos nós que financiamos toda essa corrupção. Os corruptos visam o dinheiro público, que em última análise é o seu dinheiro e o meu dinheiro, que disponibilizamos para a manutenção da sociedade.

Na medida em que os recursos destinados a financiar hospitais, escolas, saneamento básico e outras necessidades primárias são desviados, debaixo de nossos narizes, e não tomamos qualquer atitude, também temos nossa parcela de culpa, por uma simples questão de omissão.

Todo mês a arrecadação tributária bate recordes, o governo encosta os contribuintes na parede e suga a maior parcela dos seus recursos e tudo isso para quê? Para vermos que o nosso dinheiro está sendo desviado, utilizado para manter um gigantesco cabide de empregos, manter o inchaço da máquina pública ou aplicado em obras fúteis, enfim, uma grande parcela escoando pelo ralo.

Ao longo dos anos fomos vencidos pelo cansaço, nos tornamos um povo apático a tudo isto. Somos pacíficos, mas não precisamos ser omissos. Em outros países por questões muito menores o povo sai às ruas protestando e cobrando os seus direitos. Temos que limpar a administração dos maus políticos e servidores públicos que mancham nossa imagem, afinal carregamos a pecha de sermos uma sociedade corrupta.

Falta-nos esse poder de mobilização e indignação, afinal quem manda neste país é o povo brasileiro, sua vontade é soberana e cabe aos ocupantes dos cargos públicos nos representar e, sobretudo, nos respeitar.

A situação pode, sim, ser mudada, desde que você e eu nos manifestemos abertamente, pois nossa manifestação, quando multiplicada, gerará a necessária mudança da opinião pública sobre o assunto. Sinta-se à vontade para utilizar ou compartilhar este artigo com seus amigos e colegas, e peça-os para manifestarem também em blogs, twitters e outros meios, enviando cópia para deputados, senadores e outras autoridades. Vamos acabar, vamos dar um basta na CORRUPTOCRACIA!

Pesquisa e edição: Adm. Demerval Galvão – Fonte: Eduardo de Freitas (Geógrafo); Marcos da Costa (Advogado/Presidente OAB/SP); Mauricio Alvarez da Silva (Contabilista);  http://www.significados.com.br/corrupcao/; http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/o-que-corrupcao.htm; http://www.portaltributario.com.br/artigos/corrupcaonobrasil.htm; http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI218355,21048-Combater+a+corrupcao+dentro+do+Estado+Democratico+de+Direito; Imagem: Demerval Galvão – Demerval Galvão quinta-feira, dezembro 10, 2015http://demervalgalvao.blogspot.com.br/



Falando sobre Administração

 

Administração é uma profissão que tem algo que a diferencia bem, perante as outras: A sua peculiaridade.

Para início de conversa, sabemos que não podemos Administrar, gerenciar uma empresa da mesma forma que se gerencia outra, pois, aspectos como, mercado consumidor, fornecedores, concorrentes, mudam de empresa para empresa. O que se pode "aproveitar" são algumas competências e técnicas gerenciais. Isso diferencia bastante a Administração com outras profissões, como por exemplo, a Medicina, onde o obstetra faz o parto de uma gestante da mesma forma que faz o parto de uma outra.

A Profissão de Administrador é muito recente no país, ao comparamos, por exemplo, com os Advogados, quando surgiu o primeiro curso em 1825. Os Economistas tiveram sua profissão regulamentada em 1951. Os Administradores em 1965. Percebe-se que ainda existe muito caminho pela frente para que a sociedade reconheça cada vez mais a importância do Administrador e da Administração para o desenvolvimento da Nação.

Segundo o site do Conselho Federal de Administração, sobre os posicionamentos e a valorização do Administrador pode-se afirmar que está havendo uma evolução. Hoje, a profissão de Administrador ganha cada vez mais espaço no mercado.

Administração de Empresas é o maior curso superior do Brasil, com cerca de 80.000 formandos a cada ano e mais de 620.000 alunos matriculados em mais de 2.000 faculdades de Administração.

Esses dados demonstram uma consciência que estamos vivendo a era do ADMINISTRADOR.

As organizações estão percebendo a necessidade de se ter em seu corpo funcional Administradores para fazer com que os seus negócios possam ter alguma chance de sucesso diante de um mercado tão competitivo. Pois as organizações estão encontrando um desafio constante de se desenvolverem e evoluírem constantemente, sob pena de desaparecerem.

Segundo Kanitz (2005) "O que o aumento da participação dos Administradores na gestão das empresas significará para o Brasil? Uma nova era muito promissora. Finalmente seremos Administrados por Profissionais, e não por amadores. Daqui para frente, 75% das empresas não quebrarão nos primeiros quatro anos de vida, e nossos investimentos gerarão empregos, e não falências".

Para evitar essa morte prematura das empresas, o Conselho Federal de Administração está firmando um convênio com o SEBRAE Nacional para desenvolver um projeto-piloto de consultoria empresarial que terá a participação dos Administradores.

Esse projeto tem como objetivo principal evitar a mortalidade precoce das empresas, e acima de tudo, conscientizar o micro e o pequeno empresário sobre a importância de uma Administração Profissional.

Mais várias perguntas são feitas aos acadêmicos que ingressam em um curso de Administração de Empresas, tanto na área pública, quanto na privada, pois existe ainda a ideia que Administração é algo que qualquer pessoa pode dominar, pois ela se resume ao bom senso e a experiência.

Em relação ao bom senso, já foi citado o fato de várias empresas que não obtêm sucesso no mercado por muitas vezes ineficiência dos seus gestores. A habilidade de tomar a decisão certa ou executar a ação adequada – o bom-senso – pode ser muito aumentada por meio de um estudo sistemático.

É claro que não se pode subestimar o conhecimento e as habilidades a serem desenvolvidas pela experiência, porém um Curso de Administração oferece uma preparação valiosa e suplementar à experiência. Muitos dos conceitos e sumários de experiências de muitos Administradores serão de grande ajuda para se perceber a experiência mais rapidamente. O ideal é unir a experiência à prática da Administração. Profissionais que já ocupam altos cargos de executivos de empresas, provavelmente tenham um aproveitamento maior ao se confrontarem com conceitos e técnicas atuais de gestão organizacional, ante aqueles que ainda não estão inseridos no mercado de trabalho.

O Profissional de Administração deve atender as necessidades de adaptação ás transformações ambientais e estar atento ao mercado que cerne a organização, entre outros pontos.

O Mercado de Trabalho do Administrador, assim como em todas as profissões, se apresenta muito concorrido, onde somente os profissionais com sólida formação técnica, capacidade de análise e reflexão crítica e uma forma de atuação pró-ativa poderão competir nesse mercado, tanto á médio como em longo prazo.

Os Administradores são "universais", isto é, eles podem exercer suas habilidades técnicas em qualquer tipo de organização, seja ela pública ou privada.

"Os Administradores trabalham em todos os tipos de organizações, em todos os tipos e em todas as áreas funcionais. Grandes e pequenos negócios, hospitais, escolas, governos e igrejas beneficiam-se de uma Administração eficiente e eficaz. Os Administradores também são encontrados em cada área funcional das organizações. As habilidades de administração são importantes para qualquer pessoa que pretenda seguir uma carreira" (MAXIMIANO, 2004).

Conceito de Administração – "A palavra Administração vem do latim ad (direção para, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta serviço a outro". (SILVA, 2002).

Para entender o que significa a Administração, é preciso ir além da interpretação da palavra. É preciso também compreender o papel que a Administração desempenha para as organizações e para a sociedade.

Objetivos, decisões e recursos são as palavras-chaves na definição no conceito de Administração. As organizações têm objetivos a serem cumpridos, metas a serem alcançadas, e os Administradores vão decidir quais são os melhores recursos a serem utilizados para se chegar a tais objetivos.

Administração, de acordo com Maximiano (2004), é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos. A Administração é processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos.

O processo de Administrar (ou processo Administrativo) é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. A finalidade última do processo de Administrar é garantir a realização de objetivos por meio da aplicação de recursos.

Importância da Administração – a Administração é o processo que procura assegurar a eficácia e eficiência das organizações. A Administração é importante em qualquer escala de utilização de recursos para realizarem objetivos – individual, familiar, grupal, organizacional ou social. Inclusive, a Administração é importante parra o desenvolvimento de um país.

Conforme cita Drucker (1970) "Não existem países desenvolvidos e subdesenvolvidos, mas sim países que sabem Administrar a tecnologia existente e seus recursos disponíveis e potenciais e países que ainda não o sabem. Em outros termos existem é países Administrados e países subAdministrados".

Embora o Processo Administrativo seja importante em qualquer contexto de utilização de recursos, a razão principal para estudá-lo é o seu impacto sobre o desempenho das organizações. As organizações assumiram a importância sem precedentes na sociedade e na vida das pessoas.

O principal motivo para a existência das organizações é o fato de que certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada de grupos de pessoas. Na sociedade organizacional, muitos produtos e serviços essenciais para a simples sobrevivência somente se tornam disponíveis quando há organizações empenhadas em realizá-los (KWASNICKA, 1995).

Administração, uma ciência de humanos, para humanos.

Pesquisa e edição: Demerval Galvão – Fonte: www.administradores.com.br - Imagem: Google - Postado por Demerval Galvão às segunda-feira, novembro 30, 2015, in http://demervalgalvao.blogspot.com.br/.



Marketing pessoal: você é sua melhor marca

 Uma marca não nasce. Ela é construída. A marca pessoal é uma consequência de um processo de diferenciação.

Construir sua marca pessoal é um trabalho constante e árduo, pois envolve total dedicação. O trabalho não acaba, pois chega a hora do controle de seu posicionamento alinhado às suas estratégias.

Desenvolver uma boa estratégia requer eficiência operacional. Se não estiver aplicando as melhores práticas no dia-a-dia não há estratégia no mundo que resolverá o seu problema. Querer atender a todos também representa um erro. A boa estratégia é aquela em que você opta pelo o que não fazer. Se quiser fazer tudo, não há vantagem competitiva.

Você deve pensar no que é ser único. Ter uma marca pessoal única é oferecer algo de valor singular para cada pessoa.

Há tempos que os conceitos de marketing vêm sendo aplicados na gestão de imagem e planejamento de carreira das pessoas. Esta é uma das tendências irreversíveis dentro da nova dinâmica vigente na sociedade moderna. É comum ouvirmos a expressão: “Somos todos vendedores”. E para triunfar no jogo do universo corporativo é necessário antes de tudo vender a nós mesmos.

O que é Marketing Pessoal?

Marketing pode ser definido como um conjunto de estratégias e ações visando promover o lançamento, desenvolvimento e sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor. Transitando este conceito para o Marketing Pessoal, podemos ressaltar que seu objetivo é aumentar a aceitação e fortalecer a imagem de uma pessoa pelo público em geral ou por determinado segmento deste público.

É projetar uma imagem de marca em relação a você mesmo, tomando a si próprio como se fora um produto ou serviço.

Quer fazer um teste rápido sobre o estágio atual de sua imagem de marca? Pergunte-se: O que as pessoas pensam de mim quando se fala em meu nome? Será que você é reconhecido, notado em meio à multidão? Que tipo de sentimento é aflorado nas pessoas ao ouvirem falar de seu nome ou ao encontrarem você em um ambiente qualquer?

Uma marca é a criação de um conjunto organizado de percepções (ou plano cognitivo) e sentimentos (plano emocional) que faz com que um determinado produto ou serviço seja mais do que apenas diferente de seus competidores. Seja único e indispensável.

Vamos criar a marca “Você S/A”. Transformar o self atual (como você é) no self ideal (como você deseja ser). Vamos elaborar uma trajetória de sua marca pessoal?

Embalagem

A aparência de competente é tão ou mais importante que a própria competência.

De fato, o aspecto externo é o primeiro que observamos. Comprando frutas, selecionamos aquelas que nos parecem mais belas e viçosas. Num evento social, disparamos olhares àqueles com trajes e cortes de cabelo atraentes. Ao planejar uma viagem, escolhemos como destino uma localidade cuja paisagem nos faça brilhar os olhos, seja ela bucólica, dotada de rios ou dunas ou florestas; seja ela ‘urbanóide’, repleta de luzes, cores e sons tecnologicamente pulsantes.

A embalagem é o princípio de tudo. E certamente nunca teremos uma segunda oportunidade de causar uma primeira boa impressão. Para tanto, deve-se contemplar os seguintes aspectos:

Aparência: banho tomado, cabelo cortado, unhas aparadas, dentes escovados. Parece óbvio demais, mas há quem negligencie isso. Estes eventos, por mais elementares que sejam, representam o ponto de partida da construção de sua imagem.

Trajes: para cada ambiente, uma vestimenta apropriada. Da mesma forma não podemos ir à praia calçando sapatos sociais. Um bom terno, roupas simples, porem, discretas, ou tailler é a melhor recomendação para o dia-a-dia no trabalho. Combinar cores e tecidos é menos complicado do que possa parecer. Além disso, você deve priorizar o conforto e a praticidade. Roupas adequadas podem compensar uma baixa estatura, disfarçar um excesso de peso. E muito cuidado com o casual day, aquelas sextas-feiras insanas nas quais muita gente se revela de forma comprometedora.

Acessórios: anéis, correntes, brincos, pulseiras, enfim, acessórios diversos, são permitidos desde que utilizados de forma regrada. É importante também acompanhar o bom senso da moda. Abotoaduras para os rapazes, apenas em ocasiões especiais, o mesmo se aplicando para as mulheres em relação a joias. E muita atenção com cosméticos. Há quem use perfume de maneira a ter sua presença reconhecida num ambiente pelo rastro de aromas (ou odores) que deixa no ar.

Etiqueta: edificar uma marca demanda estudo. Por isso, atente para a necessidade de adquirir um bom livro com regras de etiqueta social. Afinal, haverá ocasião na qual você será apresentado a tantos talheres e copos que suas mãos e boca ficarão em dúvida sobre por onde começar. Há profissionais de grande competência no mercado capazes de lhe ensinar as normas da boa etiqueta que, a propósito, não se aplicam exclusivamente às refeições, é claro. É importante que saibamos como compor a mesa de um cerimonial e como homenagear aos presentes, com base na hierarquia.

Postura: cabeça inclinada, ombros arqueados, tronco curvado... Onde pensa que vai assim? Qual percepção pretende conferir àqueles que o encontram? Seria você alguém derrotado e infeliz? Uma postura elegante ao assentar-se e ao caminhar demonstram altivez, autoconfiança e independência, além de contribuir com sua própria saúde.

Vocabulário: a menos que suas pretensões restrinjam-se à exposição na mídia como modelo fotográfico, o que convenhamos é acessível a poucos, invariavelmente teremos que abrir a boca para sedimentar sua imagem. Neste momento, pronunciar “menas", “poblema” e seus derivados, será suficiente para destruir toda a credibilidade que foi sendo erguida nos passos anteriores. Nunca é tarde para se aprender nosso idioma. Basta estudar um pouco e ler muito – jornais, revistas, livros, gibis e até bulas de remédio. Desta forma, você ampliará seu vocabulário, ganhando maior versatilidade para falar em público. É importante também salientar que igual preocupação deve-se ter com a escrita. Redigir um bilhete grafando “essessão", “beneficiente” ou “quizer”, entre outras pérolas, deveria ser salvo-conduto para uma demissão por justa causa na empresa ou a precipitação de um divórcio no lar.

Saúde: embora esteja sendo considerada ao final, é o aspecto mais fundamental a ser observado. E isso tanto em termos de marketing pessoal quanto de qualidade de vida. Demonstrar estar saudável, mais do que apenas parecer bem, constitui-se na chave-de-ouro que sela o primeiro passo do processo de construção de uma marca pessoal. E uma vida saudável implica em sono reparador, alimentação balanceada e prática regular de esportes, entre outros aspectos.

O Conteúdo

Muito bem. Seguindo à risca o ritual da embalagem bonita, vistosa e atraente, e embora o design seja determinante, se o que estiver por dentro não respaldar a expectativa criada, você seguramente deixará de se estabelecer. Pior, poderá ser tido como impostor, a ponto de perder por completo a reputação pela qual tanto lutou. E você sabe que credibilidade é algo que leva anos para se edificar e que se perde em instantes...

É claro que o caráter é mais importante que a reputação, pois o primeiro simboliza o que realmente somos, enquanto o segundo remete àquilo que os outros pensam a seu respeito. Esta é uma verdade incontestável, muito bem expressa pela frase de Montaigne que prefacia este artigo. Mas estamos trabalhando para arquitetar uma imagem capaz de ser admirada pelos demais. E melhor será que isso ocorra espontaneamente, como consequência da pessoa que demonstramos ser com naturalidade. Trabalhar este conteúdo significa cuidar dos seguintes pontos:

Formação: se você já tem um curso superior, faça uma especialização ou uma pós-graduação. Por outro lado, se você ainda não cursou uma faculdade, matricule-se com urgência em uma. Pouco importa o nome da instituição, sua tradição e toda a retórica que a cerca. Esteja certo de que é você quem tornará seu curso uma experiência indescritível ou um exemplo de mediocridade. Assista às aulas, empenhe-se na realização dos trabalhos em grupo e individuais, questione seus professores. E se os estudos foram interrompidos ainda no ensino fundamental, evite lamentar-se. Trabalhe para recuperar o tempo perdido. Faça um supletivo, estude nos momentos mais singulares, tais como dentro de um ônibus ou metrô, e quando estiver numa fila de banco. Lembre-se de que sua formação será dada menos pelo pedaço de papel emoldurado que você pendurar na parede, e mais pelos livros que você ler, as pessoas que conhecer e os debates dos quais participar.

Currículo: aprenda a redigir um currículo personalizado. Nada de números de documentos diversos e relação de palestras infrutíferas das quais participou só para conquistar um certificado. Seu currículo deve ser objetivo, capaz de ilustrar em no máximo duas páginas o profissional que é. Disponibilize um telefone e e-mail para contato. Evidencie com letras destacadas seu objetivo profissional. Você precisa declarar ao mundo o que sabe e quer fazer. Apresente sua formação mais recente, ou seja, nada de relacionar onde fez o curso primário e cursos extracurriculares dispensáveis. Fale de sua trajetória profissional, as empresa por onde passou, mencionando o porte de cada uma delas. Comente suas realizações procurando, sempre que possível, quantificá-las. Finalize informando sobre suas aptidões, como idiomas e os hobbies que aprecia – um pouco de intimidade e humanismo também merece ser apresentado. E, por último, mas nem por isso menos importante, mantenha seu currículo sempre atualizado. Não é porque encontre-se estável numa organização que a história de sua vida profissional deva ser estagnada. Ela está sendo escrita e é preciso que se registre isso para uma possível recolocação no futuro. Desconfie de sua memória.

Atitude: aqui estamos falando de competências como: iniciativa, comprometimento, ousadia, persistência, criatividade, planejamento, persuasão, liderança, autoconfiança. Todos as temos, mais ou menos desenvolvidas. O segredo está em se fazer um trabalho de auto-reflexão. Reforçar as atitudes que estão sendo praticadas e identificar aquelas que precisam de um upgrade.

Autenticidade e transparência: a melhor maneira de você conquistar a simpatia, confiança e admiração das pessoas é, sendo exatamente quem você é. De nada adianta projetar uma estampa fantasiosa, máscara que cai diante da primeira adversidade. Pratique a naturalidade e abuse da transparência, porém, sempre atento aos bastidores escusos nos corredores das organizações.

Resiliência: falamos da capacidade de superar adversidades. A postura resiliente deve ser incorporada ao seu estilo de vida e ao seu semblante. Dar aos problemas a dimensão que efetivamente devem ter. Seja flexível nos acordos, tolerante nas decisões, paciente com as respostas.

Ética: mais do que fazer a coisa certa, significa agir com congruência. Praticar o que se fala, dizer aquilo em que se acredita.

Positividade: símbolo de um estado de espírito elevado, cultivar um pensamento positivo é uma prática que se reflete no sorriso franco, no abraço acolhedor e no bom humor contagiante. É um jeito de viver que atrai quem nos cerca, gerando uma energia sem precedentes.

A Visibilidade

Não adianta fazer a melhor coisa do mundo se ninguém tomar conhecimento. É preciso comunicar e repercutir. Para construir uma marca, você precisa ser visto.

Logomarca: assim como os produtos são nomeados e apresentam uma marca que os identifica, desenvolva um símbolo ou sinal gráfico capaz de remeter mnemonicamente a você. Pode-se partir de uma grande expertise sua ou até de seu apelido.

Cartão de visita: pouco importa se você está trabalhando ou disponível no mercado. Você precisa ter um cartão de visitas. E, além de tê-lo, portá-lo, porque muitos esquecem seus cartões na gaveta do escritório, no porta-luvas do carro ou no bolso de outro blazer. Você pode ter um cartão corporativo e outro pessoal, por exemplo, esquivando-se do risco de perder a própria identidade, sendo chamado por “Fulano da empresa tal”. Mas a regra mais importante neste quesito é sobre como utilizar o cartão de visitas (leia a matéria sobre cartão de visita em http://demervalgalvao.blogspot.com.br/2012/04/cartao-de-visita-como-usar-o-seu.html). Ofereça-o a seu interlocutor olhando-o nos olhos e peça o cartão dele. Leia o conteúdo do cartão, chame-o pelo nome para conferir maior proximidade ao diálogo e auxiliar você na memorização. Nunca dobre a ponta do cartão recebido. Concluído o diálogo, faça anotações discretas no cartão recebido que o ajudem a lembrar-se da pessoa posteriormente. E envie-lhe um e-mail no dia seguinte externando seu prazer em tê-la conhecido. Mas, por favor, evite tornar mecânico este processo, colocando prazer e sentimento nesta singela ação de troca de cartões.

Website: para ser visto – e achado – em tempos modernos, impossível dar as costas para a internet. Por isso, é imprescindível manter um site pessoal. Pode ser um blog, também, mas o site transmite um conceito de maior perenidade, pois os blogs têm como característica original o fato de serem formatados para funcionar como um diário eletrônico. Registre um domínio www com o seu nome. Depois, vá elaborando seu site aos poucos, incrementando seu conteúdo. Insira seu currículo, suas experiências profissionais, artigos que tenha escrito, links para outros portais. Enfim, faça de seu site um ambiente que possa tornar-se um ponto de encontro, ou até uma comunidade.

E-mail: procure ter uma única conta de e-mail. Com sinceridade, parece-me incompreensível como algumas pessoas criam e-mails em todos os provedores gratuitos como se aquilo fosse sinônimo de status. O gerenciamento de muitas contas torna-se difícil e inócuo. E, o pior, você dificulta a memorização de seu endereço pelos outros. Assim, bastam duas contas, no máximo: uma de caráter pessoal e outra corporativa. E aproveite para programar seu correio eletrônico para inserir uma assinatura nas mensagens que enviar. Nada mais desagradável do que receber um e-mail dentre as dezenas de mensagens que circulam diariamente, a maioria delas meros spams, sem conseguir identificar o destinatário.

Artigos: se você tem facilidade em escrever promova este talento. Desenvolva artigos versando sobre temas de seu conhecimento e relacionados à sua profissão. E publique-os. Primeiro, na internet – são inúmeros os portais que receberão com prazer sua contribuição. Mais adiante, você poderá buscar a mídia impressa – jornais e revistas – como veículos de divulgação de suas ideias. Procure escrever artigos que facilitem a leitura, e tenha muito cuidado com o idioma. Coesão e coerência textuais, ortografia e acentuação corretas, é o mínimo que os editores irão lhe solicitar – e seus leitores também.

Eventos: a regra agora é circular para ser visto. Participe de eventos os mais diversos. Coquetéis de lançamento de livros, palestras e seminários, vernissages. E leve consigo seu cartão de visitas.

A Ênfase

Uma marca, para ser lembrada, precisa ser repetida. Por isso, deve-se reunir um nome curto, associado a uma logomarca e facilitar sua percepção para as pessoas.

A rigor, inexiste nome difícil, mas nome pouco pronunciado. De qualquer forma, se você está no estágio inicial de construção de sua marca, considere até mesmo a possibilidade de atuar com um pseudônimo. E priorize nomes formados por apenas duas palavras. Assim, “José Maria da Silva” deverá optar por ser chamado de “José Maria” ou “José da Silva”. Isso facilita a memorização e a identidade visual. E tome cuidado com homônimos!

A Divulgação

Hora de colocar o bloco na rua! Você deve virar notícia – evidentemente não das páginas policiais. Neste momento, a publicação de artigos e participação em eventos, conforme relatados no estágio da visibilidade, são instrumentos certeiros.

Este também é o momento de reforçar a comunicação. Pessoas marcantes são, por natureza, bons contadores de estórias. Não estamos falando de estórias da carochinha, mas de vivências, experiências, aprendizados.

Face ao exposto, considere com seriedade investir em um curso de expressão verbal e corporal. Estudos indicam que falar em público oferece mais medo às pessoas do que a própria morte. Por fim, coloque a palavra networking em seu vocabulário e em sua agenda. Aumente sua rede de relacionamentos para além dos limites de seu bairro e de seus domínios na empresa. Há pessoas interessantes esperando por conhecer você seja numa fila de cinema ou numa mesa de bar.

A Diferenciação

Seguindo todos os passos anteriores você ainda correrá um risco: o de ser notado como somente mais um player, mais uma marca dentre tantas disponíveis no mercado. Por isso, você precisa se diferenciar. Praticar o que a teoria econômica chama de concorrência monopolística. Desenvolver um estilo próprio, fazer as coisas de forma diferente e, assim, tornar-se único, exclusivo, admirado e presente no coração e na mente das pessoas.

À luz deste conceito, observe como estamos o tempo todo exercendo a concorrência monopolística em nossas vidas. A começar pela vitória do espermatozóide tenaz que, dotado de agilidade, velocidade e preparo, no ato da fecundação, supera todos os demais concorrentes. Ao conquistar o par romântico, também nos fizemos notar em meio aos demais pretendentes. A oportunidade de emprego foi igualmente sancionada com êxito dentre outros postulantes ao cargo.

O Pequeno Príncipe, de Exupéry, conhecia muito de concorrência monopolística quando cunhou a famosa expressão “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Por isso, abrir a porta do carro para a garota adentrá-lo torna o cavalheiro admirado. Por isso, o vendedor que procura descobrir a necessidade de seu cliente para depois lhe apresentar uma solução é preferível ao mero tirador de pedidos. Por isso, a empresa que identifica o desejo mais subliminar de seus consumidores pode dar-se ao luxo de vender o que produz ao invés de produzir o que se vende.

Mas, no jogo da diferenciação, que fique claro uma coisa: não é a diferenciação tecnológica (baseada nas inovações), a qualitativa (sediada na adequação) ou a mercadológica (ancorada na força e glamour das marcas) que conferem perenidade às relações. O mundo está comoditizado. A comunicação está massificada. A única diferenciação sustentável ao longo do tempo é aquela baseada em pessoas, no brilho do olhar, na maciez da voz e no calor do toque, aspectos que máquina ou virtualidade alguma será capaz de reproduzir ou substituir.

Pesquisa e edição – Demerval Galvão – Fonte: www.administradores.com.br - Imagem: Google - Demerval Galvão quarta-feira, abril 18, 2012



Globalização: novidade ou flashback?

 Quando falamos em Globalização, falamos, simplesmente, como se o termo fosse absoluto e singular. Nos esquecemos que existe uma multiplicidade de apreciações para este tema tão em moda.

Globalização é um universo possível de abordagens, que inclui, entre elas: econômia, geografia, política, sociologia, história e psicologia; nos dando uma ideia da complexidade e profundidade do tema. Todo tema pode ser complexo, pode ser tratado de maneira mais simples (um pecado pedagógico, mas um mal necessário), pelo menos na abordagem inicial, como uma primeira aproximação.

Mesmo partindo de uma abordagem ou modelo inicialmente simplificado, o fundamental é a manutenção de uma apreciação holística (visão ampla da coisa), do processo em estudo. Toda apreciação parcial sem este cuidado é perigosa; ter parte da verdade é o mesmo que ter parte da mentira.

Globalização não é um fenômeno descolado da História e da Sociedade a ela atrelada e, lembremos, a história possui uma lógica intrínseca que permite compreender a ontologia dos fatos e a gênese dos fenômenos.

Vivemos na Sociedade da Informação, em uma época onde a tecnologia é o “sangue” circulante nas veias, uma era introdutória da chamada “Sociedade dos Serviços” (tão preconizada hoje em dia), vivemos um momento de grande sensibilização e, dialeticamente a “Era da Tecnologia” é também a era da redescoberta do Ser Humano, a “Era do Relacionamento”.

Presenciamos um momento de continuidade, ruptura e transição, e tudo isto simultaneamente.

Para compreender melhor o fenômeno da globalização, ou melhor, para nos aproximar de uma observação mais atenta e consciente, se faz necessário compreender a lógica interna da economia. Afinal, para onde sempre se encaminharam as empresas? Para o mercado, é óbvio, a grande arena onde se estabelece o sucesso comercial.

Desta maneira a busca de soluções viáveis para a expansão do capital é premissa básica da economia capitalista. O que foi a busca do caminho das Índias, se não uma busca por alternativas mais viáveis do ponto de vista do capital em busca de lucratividade e expansão?

Se observarmos a Evolução Histórica do Marketing, migrando do enfoque centrado na produção para a desmassificação e a globalização, teremos a nítida percepção de que globalização não é um fenômeno novo, mas um “flash backatualizado, recontextualizado, “up today” da lógica do capitalismo. Demonstrando que o mercado sempre busca novos caminhos todas as vezes que se exaurem os mecanismos anteriores.

O capital sempre tende sob a forma de investimento para as áreas de menor risco relativo e maior lucratividade, contrariando, se necessário, até mesmo, particularidades logísticas e administrativas.

Se estamos redesenhando o mapa econômico do globo é porque já o havíamos desenhando anteriormente, mudam as cores, introduz-se novos artistas e obtêm-se resultados variados. Surgem novos conceitos de território, novas mecânicas de ação e persuasão.

As variáveis no mercado estão em constante mudança, e este é o nosso dia-a-dia, com a particularidade de que hoje os resultados das mudanças introduzidas viajam a velocidade digital. Pensar de maneira global, agir localmente (focar o Mercosul também vale...) mantendo uma visão holística das oportunidades e riscos, continua sendo uma receita altamente viável.

Não nos sintamos ansiosos diante do aparentemente novo: Se queres ideias novas leia livros velhos, se queres ideias velhas leia livros novos. A vida é uma reedição, a cada tiragem sempre muda o texto, mas os elementos que o compõe continuam nossos velhos conhecidos.

Observar a lei da continuidade e da causalidade nos permite sempre uma visão mais coerente dos fenômenos, suas causas e determinantes e nos permitem averiguar até que ponto tais fatores são novidade ou “flash back”!

Desenvolver a habilidade de não se deixar apanhar pelos sofismas e manter uma postura empreendedora diante das novas e emergentes possibilidades do mercado é pré-requisito para o sucesso em um mundo onde a velocidade é a linguagem, a priorização, a condição a decisão correta, a estratégia; e o capital intelectual, o melhor investimento.

Mais do que pensar global e agir localmente, é preciso também pensar local e agir globalmente, afinal dormimos em uma noite com nosso conhecido e almejado mercado local e acordamos em um dia, onde a realidade e a ficção pareceram fundir-se.

As novas tecnologias e o aprimoramento das tradicionais começam a provar que o mundo de ficção de Steven Spielberg faz sentido e que a ficção de ontem é inexoravelmente a realidade do hoje. Apesar de toda esta mudança estrutural e tecnológica, a natureza humana mantém–se constante ao longo dos séculos, atendendo ao apelo Darwiniano da constante indispensável e prioritária Lei da Adaptação, que faz ainda mais sentido no mercado do que na Biologia.

 

Pesquisa e edição: Demerval Galvão – Fonte: Carlos Hilsdorf; www.administradores.com.br – Imagem: Google – Demerval Galvão sábado, agosto 15, 2015

 



Administr@ando: falando um pouco de administração e suas peculiaridades

 Para melhor entender o título da Coluna, o propósito do nome nasce de um trocadilho que absorvi nos tempos de faculdade, onde os mestres sempre orientavam que nós Administradores, por si só, em nenhuma hipótese, anda sem administrar, pois a qualquer momento da vida estamos praticando a arte de transformar recursos, sejam eles quais forem, em bens e serviços para o bem estar de tudo que nos rodeia. A partir deste conceito criei o termo “Eu ando administrando” ou “Administr@ando”.Administr@ando

Administração é uma profissão que tem algo que a diferencia bem, perante as outras: A sua peculiaridade. Não se pode Administrar, gerenciar uma empresa ou bens, da mesma forma que se gerencia uma outra, pois, aspectos como, mercado consumidor, fornecedores, concorrentes, mudam de empresa para empresa. O que se pode "aproveitar" são algumas competências e técnicas gerenciais. Isso diferencia bastante a Administração diante de outras profissões, como por exemplo, a Medicina, onde o obstetra faz o parto de uma gestante da mesma forma que faz o parto de uma outra.

A Profissão de Administrador é muito recente no país, ao comparamos, por exemplo, com os Advogados, quando surgiu o primeiro curso em 1825. Os Economistas tiveram sua profissão regulamentada em 1951. Já os Administradores em 1965. Desta forma, percebe-se que ainda existe muito caminho pela frente para que a sociedade reconheça cada vez mais a importância do Administrador e da Administração para o desenvolvimento da Nação.

Segundo o site do Conselho Federal de Administração, sobre os posicionamentos e a valorização do Administrador pode-se afirmar que está havendo uma evolução. Hoje, a profissão de Administrador ganha cada vez mais espaço no mercado.

Administração de Empresas é o maior curso superior do Brasil, com cerca de 80.000 formandos a cada ano e mais de 620.000 alunos matriculados em mais de 2.000 faculdades de Administração. Esses dados demonstram uma consciência que estamos vivendo a era do Administrador.

As organizações estão percebendo a necessidade de se ter em seu corpo funcional Administradores para fazer com que os seus negócios possam ter alguma chance de sucesso diante de um mercado tão competitivo, pois as organizações estão encontrando um desafio constante de se desenvolverem e evoluírem constantemente, sob pena de desaparecerem.

Segundo Kanitz (2005) "O que o aumento da participação dos Administradores na gestão das empresas significará para o Brasil? Uma nova era muito promissora. Finalmente seremos Administrados por Profissionais, e não por amadores. Daqui para frente, 75% das empresas não quebrarão nos primeiros quatro anos de vida, e nossos investimentos gerarão empregos, e não falências".

Para evitar essa morte prematura das empresas, o Conselho Federal de Administração está firmando um convênio com o SEBRAE Nacional para desenvolver um projeto-piloto de consultoria empresarial que terá a participação dos Administradores. Esse projeto tem como objetivo principal evitar a mortalidade precoce das empresas, e acima de tudo, conscientizar o micro e o pequeno empresário sobre a importância de uma Administração Profissional.

Várias perguntas são feitas aos acadêmicos que ingressam em um curso de Administração de Empresas, tanto na área pública, quanto na privada, pois existe ainda a ideia de que Administração é algo que qualquer pessoa pode dominar, pois ela se resume ao bom senso e a experiência.

Em relação ao bom senso, já foi citado o fato de várias empresas que não obtêm sucesso no mercado, por muitas vezes é pela ineficiência dos seus gestores. A habilidade de tomar a decisão certa ou executar a ação adequada – o bom senso – pode ser muito acrescida por meio de um estudo sistemático.

É claro que não se pode subestimar o conhecimento e as habilidades a serem desenvolvidas pela experiência, porém um Curso de Administração oferece uma preparação valiosa e suplementar à experiência. Muitos dos conceitos e sumários de experiências de muitos Administradores serão de grande ajuda para se perceber a experiência mais rapidamente. O ideal é unir a experiência à prática da Administração. Profissionais que já ocupam altos cargos de executivos de empresas, provavelmente tenham um aproveitamento maior ao se confrontarem com conceitos e técnicas atuais de gestão organizacional, ante aqueles que ainda não estão inseridos no mercado de trabalho.

O Profissional de Administração deve atender as necessidades de adaptação às transformações ambientais e estar atento ao mercado que cerne a organização, entre outros pontos.

O Mercado de Trabalho do Administrador, assim como em todas as profissões, se apresenta muito concorrido, onde somente os profissionais com sólida formação técnica, capacidade de análise e reflexão crítica e uma forma de atuação proativa poderão competir nesse mercado, tanto á médio como em longo prazo.

Os Administradores são "universais", isto é, eles podem exercer suas habilidades técnicas em qualquer tipo de organização, seja ela pública ou privada.

"Os Administradores trabalham em todos os tipos de organizações, e em todas as áreas funcionais. Grandes e pequenos negócios, hospitais, escolas, governos e igrejas beneficiam-se de uma Administração eficiente e eficaz. Os Administradores também são encontrados em cada área funcional das organizações. As habilidades de administração são importantes para qualquer pessoa que pretenda seguir uma carreira" (MAXIMIANO, 2004).

O Conceito de Administração – "a palavra Administração vem do latim ad (direção para, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta serviço a outro". (SILVA, 2002).

Para entender o que significa a Administração, é preciso ir além da interpretação da palavra. É preciso também compreender o papel que a Administração desempenha para as organizações e para a sociedade.

Objetivos, decisões e recursos são as palavras-chaves na definição no conceito de Administração. As organizações têm objetivos a serem cumpridos, metas a serem alcançadas, e os Administradores vão decidir quais são os melhores recursos a serem utilizados para se chegar a tais objetivos.

Administração, de acordo com Maximiano (2004), é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos. É processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos.

O processo de Administrar (ou processo Administrativo) é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. A finalidade última do processo de Administrar é garantir a realização de objetivos por meio da aplicação de recursos.

A Administração é o processo que procura assegurar a eficácia e eficiência das organizações. A Administração é importante em qualquer escala de utilização de recursos para realizarem objetivos – individual, familiar, grupal, organizacional ou social. Inclusive, é importante para o desenvolvimento de um país.

Conforme cita Drucker (1970) "Não existem países desenvolvidos e subdesenvolvidos, mas sim países que sabem Administrar a tecnologia existente e seus recursos disponíveis e potenciais e, países que ainda não o sabem. Em outros termos existem é países Administrados e países subAdministrados".

Embora o Processo Administrativo seja importante em qualquer contexto de utilização de recursos, a razão principal para estudá-lo é o seu impacto sobre o desempenho das organizações. As organizações assumiram a importância sem precedentes na sociedade e na vida das pessoas.

O principal motivo para a existência das organizações é o fato de que certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada de grupos de pessoas. Na sociedade organizacional, muitos produtos e serviços essenciais para a simples sobrevivência somente se tornam disponíveis quando há organizações empenhadas em realizá-los (KWASNICKA, 1995).

Por fim, digo: Administração é uma ciência de humanos, para humanos.

 

Pesquisa e edição: Demerval Galvão - Fonte: www.administradores.com.br; TCC acadêmico - Imagem: Demerval Galvão - Demerval Galvão segunda-feira, maio, 21, 2012



Você é o único responsável pela sua formação… e pelo seu destino também

     Você pode estudar na melhor universidade do mundo, pode ter à sua disposição os melhores recursos e pode até contar com os melhores professores. Sem ralar, meu amigo, de nada adianta.

Lembra aquela cena de Matrix em que Neo ressuscita e consegue enxergar a natureza da Matrix com todos aqueles códigos verdes? É mais ou menos isso. Iluminação! Nirvana!

Passei quatro anos na faculdade de Administração. Como todo aluno de qualquer instituição brasileira de ensino superior, tive vários bons professores, “uns” que eu enquadraria como inspiradores e, infelizmente, alguns que não mereceriam passar do portão da universidade. Esses “uns” professores inspiradores, de uma forma ou de outra, conseguiram grudar na minha mente a seguinte mensagem: você é o único responsável pela sua formação. E a realidade é essa. Quando você absorve o verdadeiro significado desse mantra, algo de transcendental acontece.

Quando você compreende isso, seus parâmetros mudam. É normal, por exemplo, encarar o professor como alguém que impõe obstáculos aos seus objetivos. Quando se tem isso em mente, suas ações são pautadas a atingirem os critérios daquele professor. “Ah, esse professor é ‘bonzinho’. Posso fazer de qualquer jeito que ele dá nota boa”. “Esse cara é exigente, tenho que estudar um pouco mais para poder passar”. Notas? Provas? Nível de exigência do professor? Dane-se tudo isso!

Quando passamos pela experiência da revelação – lembre-se: você é o único responsável pela sua formação – isso tudo passa a ser secundário. Você não se preocupa em atender os critérios de exigência do professor, você se preocupa em superar seus próprios critérios internos. Sua meta não é atingir a média ou “tirar nota boa”. Essa besteira, inventada há séculos, é apenas a maneira que encontraram para viabilizar o sistema de ensino no mundo todo. Nada mais do que isso. Sua meta é superar a si mesmo, superar as suas limitações. Ir além do que você conseguiu ir no dia anterior.

Não é pelo professor que você se esforça. É por você e pela diferença que você irá fazer no mundo. É da construção do seu “eu-futuro” que estamos falando. O professor não é seu adversário nessa trajetória – ele é seu aliado, seu guia, seu mentor.

Aliás, quer que eu conte outro segredo? O professor é um sujeito em formação, assim como você, por mais graduado que seja. Entender isso também faz com que você perca algo chamado de temor reverencial, ou seja, a mania que algumas pessoas têm de encarar um superior, autoridade ou pessoa famosa como um deus. Não confunda: não se trata de perder o respeito, e sim parar de enxergar como divindade alguém em uma posição mais elevada.

Outro parâmetro que é afetado é como você se coloca em relação aos seus colegas. Exemplo de um típico argumento vazio: “A minha nota foi a mais alta da sala”. E daí? Primeiramente, seus colegas não são seus concorrentes. Segundo, a sua régua de desempenho não pode ser definida pelos resultados dos seus pares. Nosso desafio aqui é o de superar nossos limites, não os dos outros. Vale a máxima de Lao Tsé: “Quem vence os outros é forte. Quem vence a si mesmo é invencível”.

Ah, você passa também a não confiar demasiadamente no seu talento. É importante reconhecer suas forças e fraquezas, mas o talento por si só não basta. Devemos transpirar para transformar nossos talentos em uma competência de fato.

Por fim, quando você finalmente internalizar a verdade de que é o único responsável não apenas por sua formação, mas pelo seu destino, poderá até se dar por satisfeito por ter realizado um trabalho bem feito aqui e ali, mas a única coisa que irá impulsionar seus resultados é aquele reconhecimento íntimo e sincero que diz: eu ainda posso fazer melhor. Vamos pensar um pouco mais e vamos à luta?

 Pesquisa e edição: Demerval Galvão – Fonte: Leandro Vieira; www.administradores.com.br – Imagem: Demerval Galvão – Demerval Galvão quinta-feira, novembro 12, 2015



Eu quero, eu preciso: dilemas profissionais da meia idade

É muito evidente que os dilemas da meia-idade abrangem várias questões, etapas e papéis da vida. Não podem ficar restritos apenas a uma das dimensões da nossa existência. Mas por outro lado não podemos negar que o universo do trabalho com destaque para a carreira, ganham uma importância significativa pelo que representam em nossa cultura. 

Dilemas
Dilemas

Para Carl Gustav Jung “a meia-idade é o momento do grande despontar, quando um homem ainda se entrega ao seu trabalho com toda a energia e vontade. Mas é este o exato momento do início da segunda metade da vida; o ‘outono da vida’, como é chamado. A paixão muda de figura e chama-se agora obrigação; o ‘eu quero’ torna-se um inexorável ‘eu preciso’; e as curvas do caminho, que antes traziam surpresas e descobertas, já se tornam tediosas pela força do hábito.

O vinho está fermentado – procuram-se verdadeiras motivações e fazem-se verdadeiras descobertas. O exame crítico de si próprio e de seu destino permite ao homem reconhecer suas peculiaridades. Essa conscientização, porém, não lhe sobrevém facilmente; ela só é alcançada mediante os mais violentos choques”. Para a maioria dos profissionais a ideia de carreira significa, erroneamente, um processo de crescimento sempre vertical. Não admitem muitas vezes carreiras horizontais ou ampliação de desafios em posições já ocupadas.

Para muitos a carreira pode ser importante fonte de estabilidade, mas também de frustração. A estagnação profissional pode ser consequência natural do estreitamento da pirâmide da organização, especialmente em períodos de crescimento limitado. Portanto a decorrência natural é que a maioria dos executivos chegará a um ponto de paralisação em suas carreiras. E na maioria das organizações não existem instrumentos de auxílio para o confronto com o fracasso na vida corporativa. O que ocorre muitas vezes são alguns arranjos ambíguos de deslocamento horizontal ou rebaixamento disfarçado. Ou até, como última medida, a demissão pura e simples. É evidente que cada vez mais os executivos devem apropriar-se das suas carreiras – e sua vida – não entregando simplesmente estas atribuições às empresas.

Segundo o economista e professor do comportamento organizacional holandês, Manfred Kets de Vries, é na metade da carreira, provavelmente, que o executivo deverá enfrentar um primeiro embate face-a-face, o primeiro confronto consigo mesmo. Levará em conta não apenas aquilo que fez, mas também o que não fez. Traços de personalidade aliados a circunstâncias externas determinarão sua maneira de enfrentar o balanço que fará de sua vida, especialmente a forma de encarar a carreira e a relação conjugal.

De Vries pesquisou e concluiu que existem quatro estilos principais com que os executivos interagem com seus ambientes nesta fase. É evidente que nunca existe um “estilo” puro. Existe uma certa ‘contaminação’ entre os mesmos.

Apenas a título de contribuição para o leitor expomos a seguir, uma síntese dos quatro estilos pesquisados pelo professor Manfred de Vries:

Estilo construtivo: é representado pelos executivos que desejam, realmente, engajar-se em uma avaliação realista e apresentam capacidade de reestruturar suas experiências através de novas informações e aprendizagens.  Conseguem desta forma repartir seus recursos, habilidades e criatividade para auxiliar o desenvolvimento da geração de profissionais mais novos. Portanto este período de vida torna-se o tempo de autoconfiança, satisfação e realização. Sentem que estão no apogeu de sua capacidade, e que podem lidar com ambientes altamente complexos. Para estes profissionais a crise na meia-idade é um período bastante calmo; não há o aspecto dramático e traumático que pode existir para outros.

Estilo Acomodado: alguns executivos encaram seus ambientes de uma forma basicamente realista, mas se relacionam de modo mais passivo com o mundo à sua volta. Podem ser chamados de Acomodados. Tais pessoas não possuem aspirações elevadas e facilmente se satisfazem. Suas vidas não conhecem tormentos; não são de ‘balançar o barco’. Para alguns pode até parecer exagerado falar de crise no meio da carreira. Esta fase passa sem dramas. São pessoas que executam bem seu trabalho estando com ele envolvido por longo tempo. Não apresentam ambições de melhoria salarial ou de status. Sentem-se satisfeito com a autonomia do seu cargo. São descritos como agradável, simpático, obediente à autoridade e sem agressividade. Esta situação poderá ser interrompida apenas por uma demissão abrupta.

Estilo Defensivo: a combinação do caráter ativo com uma orientação distorcida e irrealista em relação ao mundo produz o estilo defensivo. Os executivos deste grupo apresentam frequentemente numerosos sintomas de stress. A vida é suportada e muitas vezes sentida como algo bastante tedioso. São profissionais fortemente sujeitos ao pânico quando percebem de que suas vidas – pessoal e profissional – podem ter-se dirigido para fins que, nesta fase, consideram errados. A incidência de obsolescência no emprego é bastante comum entre os executivos deste grupo. Não apresentam nenhuma disposição para treinar a geração mais nova e procuram guardar para si todo o conhecimento adquirido. Tornam-se irritadiços e podem comprometer tanto sua vida pessoal, conjugal como familiar.

Estilo Depressivo: com certas características do estilo defensivo, o depressivo possui também uma combinação de passividade com uma orientação distorcida em relação à vida. Culpar outros, auto depreciação, sentimento de fracasso e pessimismo são fortes características deste grupo. O sentimento é de que não alcançaram suas aspirações originais. A vida se viveu por nada e não existe razão para continuar existindo. Não confiam em si mesmos para um novo começo e também não acreditam que possam continuar aprendendo ou progredindo. Duvidam de que, algum dia, possam ter alguém que os admire. E o atingir a metade da carreira traz a sensação de ser sempre tarde demais. Apegam-se fortemente ao passado procurando isolamento e apresentando uma série de distúrbios psicossomáticos.

É evidente que esta resumida descrição dos estilos deve servir apenas para algumas referências e reflexões, além de demonstrar a importância da vida profissional é evidente que nesta fase da meia-idade todo este ‘balanço’ de vida ganha importância. Muitas vezes este não é um processo isento de dor e frustrações. Mas é de grande utilidade.

Em resumo, viva sua vida da melhor forma possível. Saia do seu quadrado (às vezes mágico, outras vezes macabro), fortaleça-se de novas experiências. Busque conhecimento. Tome atitudes inovadoras, e que tragam benefícios tanto para si, quanto para seus pares, família, e colegas de trabalho.

Enfim, trace sua própria trajetória de sucesso. E que fiquemos sempre em alerta máxima. Fica a dica!

 

Pesquisa e edição: Demerval Galvão – Fonte: A natureza da psique, Jung (2002) Renato Bernhoeft; www.administradores.com.br – Imagem: Google - Sexta, 28 de Março de 2014, 00:54 h | Postado por Demerval Galvão às sábado, novembro 30, 2013 in http://demervalgalvao.blogspot.com.br.