Baurélio, o Charlie Chaplin Piauiense.

Por Evonaldo Andrade

 

Baurélio Mangabeira

Postado pela primeira vez num sábado, 24 de novembro de 2012, 14h53min.

Versátil como o inglês Charlie Chaplin, Benedito Aurélio de Freitas foi farmacêutico, jornalista, caricaturista, pintor, xilógrafo, poeta e trovador. Membro fundador da Academia Piauiense de Letras. Elaborou o seu pseudônimo da seguinte forma: de seu nome Benedito retirou o “B”, unindo-o a Aurélio, acrescentando “Mangabeira”, uma bela árvore dos sertões piauienses. Fundou o jornal “A Jornada”. Era um jornal ambulante, do qual era o redator, compositor, revisor e impressor. Obra: “Sonetos Piauienses”.

BAURÉLIO... umas e outras

Baurélio Mangabeira, um dos fundadores da Academia Piauiense de letras, adorava a época das chuvas em Piripiri, sua terra natal. Porque não havia nada melhor que o banho nos riachos. Germano, Mocosal (sic), São João. Berendiba, no Riacho Cabresto, entre essas espessas folhagens, era somente para mulheres. O Poço dos Homens, ali pertinho, justificava o nome. Ali Baurélio estendia suas roupas numa pedra que ficou conhecida como a Pedra do Poeta.

Certa vez ao chegar no local para um banho em companhia de alguns amigos, aguardava-os uma desagradável surpresa: a pedra suja de fezes humanas espalhadas em garatujas, formando um cartaz. É claro que o poeta não ia ficar de braços cruzados sem dar um ensino ao sujeito que lhe fizera aquela desfeita. Pegou num carvão e escreveu em outra pedra:

                                   “O cu que por aqui passou

                                   Como reza este cartaz

                                   E nesta pedra cagou

                                   Faz favor não cagar mais”

Outra de Baurélio registrada em uma tarde de inverno. O poeta estava em uma farmácia situada à Praça da Bandeira. Chovia. Ele sentiu que precisava fazer uma necessidade fisiológica e não queria enfrentar a chuva para não molhar sua indumentária, visto que a privada ficava desligada da casa (farmácia). A cousa apertava e o poeta resolveu ir assim mesmo. Olha para as pessoas que ali estavam abrigadas contra o forte aguaceiro e diz:

        “Malvado é o cu que leva o dono à chuva!”                                              

                                                                 (Excerto Do livro “A História Alegre de Nossa Gente”)

 

Crédito textos, informações e imagens: A História Alegre de Nossa Gente – Judith Santana; Velhos Conterrâneos Luminosos – Cléa Rezende Neves de Mello; Foto Baurélio – Cortesia de Francisco Eugênio Melo de Araújo Freitas (Chico do Dr. Antenor.)