Feijão Monteiro, o feijão de Piripiri

 

Por Evonaldo Andrade

 

Postado pela primeira vez num domingo, 25 de novembro de 2012, 20h23min

 Segundo a Embrapa, há diversas suposições sobre a origem do feijoeiro. Não se sabe ao certo onde essa leguminosa surgiu, mas há vários historiadores que apontam a América do Sul.

            Há uma espécie de feijão muito consumida em nossa região, o feijão monteiro, que possui a semente graúda e cheia de massa.

             A ORIGEM DO NOME

            Conta Eugênio Monteiro que seu pai Antônio Monteiro Alves, quando jovem, aventurou-se nos seringais amazônicos, onde entrou em contato com a cultura dos nativos, trazendo para Piripiri a preciosa semente.

            Em janeiro de 1947, Antônio Monteiro estabeleceu-se em nossa cidade, exercendo a profissão de retratista, explorando também um modesto comércio, onde começou a vender o feijão que trouxera do Estado do Amazonas.

            O feijão conquistou o paladar do povo piripiriense, que começou a comentar: “O feijão de seu Monteiro é muito bom. E, como em nossa língua, tudo se transforma, o feijão de seu Monteiro passou a ser chamado de “feijão monteiro”.

            Esse feijão, na região amazônica, possui outro nome, mas, aqui no Piauí, é conhecido por feijão monteiro, o feijão de Piripiri.

 

 

→ Crédito: Informações prestadas por Eugênio Leite Monteiro Alves;  Livro: “Ruas, Avenidas e Praça de Piripiri”, de Fabiano Melo e  Imagem: Arquivo pessoal e facebook de Fabiano Melo.



O Hércules de Piripiri

 

Por Evonaldo Andrade

 

Postado pela primeira vez num sábado, 24 de novembro de 2012, 15h20min.

            Hércules (em latim: Hercules) era o nome dado pelos antigos romanos ao herói da mitologia grega “Héracles”, famoso por sua incrível força.

            O nosso Hércules era conhecido por Vicente Jejo. Quase nada se sabe de sua origem. Era um artesão que não tinha residência fixa. Não bebia. Era um cidadão pacato.

       “De uma feita, em casa de capitão Gaba, foi lhe ordenado que espancasse uma porca.

       - Mata esse diabo, Vicente – disse o Capitão Gaba.

       - Capitão, eu sou dou pra valer - respondeu o Vicente.

       - Pois dê nesse animal assim mesmo.

            E ele deu apenas uma tacada com o relho (chicote de couro torcido). Partiu a porca no meio.”

 

Obs.: As frases em itálico e entre aspas correspondem a um fragmento do texto de fl. 73, do livro “A História Alegre de Nossa Gente”, de Judith Santana;

Obs2: A imagem da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, no desenho, é apenas ilustrativa. Vicente Jejo viveu numa época anterior à reconstrução de nossa igreja.

 

→ Crédito textos, informações e imagens: A História Alegre de Nossa Gente – Judith Santana; Fragmento do texto de fl. 73



Baurélio, o Charlie Chaplin Piauiense.

Por Evonaldo Andrade

 

Baurélio Mangabeira

Postado pela primeira vez num sábado, 24 de novembro de 2012, 14h53min.

Versátil como o inglês Charlie Chaplin, Benedito Aurélio de Freitas foi farmacêutico, jornalista, caricaturista, pintor, xilógrafo, poeta e trovador. Membro fundador da Academia Piauiense de Letras. Elaborou o seu pseudônimo da seguinte forma: de seu nome Benedito retirou o “B”, unindo-o a Aurélio, acrescentando “Mangabeira”, uma bela árvore dos sertões piauienses. Fundou o jornal “A Jornada”. Era um jornal ambulante, do qual era o redator, compositor, revisor e impressor. Obra: “Sonetos Piauienses”.

BAURÉLIO... umas e outras

Baurélio Mangabeira, um dos fundadores da Academia Piauiense de letras, adorava a época das chuvas em Piripiri, sua terra natal. Porque não havia nada melhor que o banho nos riachos. Germano, Mocosal (sic), São João. Berendiba, no Riacho Cabresto, entre essas espessas folhagens, era somente para mulheres. O Poço dos Homens, ali pertinho, justificava o nome. Ali Baurélio estendia suas roupas numa pedra que ficou conhecida como a Pedra do Poeta.

Certa vez ao chegar no local para um banho em companhia de alguns amigos, aguardava-os uma desagradável surpresa: a pedra suja de fezes humanas espalhadas em garatujas, formando um cartaz. É claro que o poeta não ia ficar de braços cruzados sem dar um ensino ao sujeito que lhe fizera aquela desfeita. Pegou num carvão e escreveu em outra pedra:

                                   “O cu que por aqui passou

                                   Como reza este cartaz

                                   E nesta pedra cagou

                                   Faz favor não cagar mais”

Outra de Baurélio registrada em uma tarde de inverno. O poeta estava em uma farmácia situada à Praça da Bandeira. Chovia. Ele sentiu que precisava fazer uma necessidade fisiológica e não queria enfrentar a chuva para não molhar sua indumentária, visto que a privada ficava desligada da casa (farmácia). A cousa apertava e o poeta resolveu ir assim mesmo. Olha para as pessoas que ali estavam abrigadas contra o forte aguaceiro e diz:

        “Malvado é o cu que leva o dono à chuva!”                                              

                                                                 (Excerto Do livro “A História Alegre de Nossa Gente”)

 

Crédito textos, informações e imagens: A História Alegre de Nossa Gente – Judith Santana; Velhos Conterrâneos Luminosos – Cléa Rezende Neves de Mello; Foto Baurélio – Cortesia de Francisco Eugênio Melo de Araújo Freitas (Chico do Dr. Antenor.)