Porteirinha

Por Jorge do Bairro

 

 UM POUCO DE HISTÓRIA DA QUERIDA TERRA

 Vindo de Barras de Maratoan por volta de 1880, achegando-se na Fazenda Cajueiro o Coronel Cândido Rodrigues de Carvalho, homem inteligente, conservador e astuto, que conseguiu comprar uma outra propriedade dos herdeiros de do Coronel Simplício Dias, o fidalgo de Parnaíba, que era dono de uma fortuna e muito prestigiado na época. Esta propriedade localizava-se cerca de 3 quilômetros da atual cidade de Joaquim Pires.

O Coronel Cândido Rodrigues de Carvalho, mandou construir no local onde hoje é a Capela de Sâo Sebastião (2016), um cercado provisório de madeira comum, para ali amansar o gado, que era bastante bravio.  Depois dos animais serem sossegado eram levados sua fazenda (Cajueiro), que posteriormente, com o passar dos anos o cercado foi desabando, mantendo-se em pé apenas um porteira de madeira, por sua vez, de grande resistência.

Mais adiante, chegou a Porteirinha o seu primeiro habitante - José Pereira de Souza - casado com Luzia Rosa Ferreira de Souza. Ele ao chegar construiu sua casinha de palhas quase que nas margens da lagoa, que nessa época já se chamava Lagoa de Cajueiro.

 Pouco tempo depois chegaram para residir nas aproximações os irmãos Tomaz e Manoel Tintino, este último, pai de dona Bernarda Cibina e Negão Tintino ambos falecidos respectivamente em fevereiro e junho de 2015. Dona Bernarda Cibina teve apenas um filho, Zé Cibina, que reside na rua Doroteu Sertão

 

Também quem chegou local chamado Porteirinha foi um homem capaz de  progredir por onde passava. Esse homem foi Doroteu Firmino Sertão, ali fez a sua primeira casa de tijolo e telha. Foi o primeiro comerciante do local seu primeiro comerciante e a cada dia que se passava o povoado ia crescendo e desenvolvendo-se, aos redores da belíssima lagoa.

Em 1920, Doroteu Sertão levantou no local do antigo curral de gado do Coronel Cândido Rodrigues de Carvalho, uma capela, chamada de capela Santa Dorotéia, que ainda recebe os traços iniciais em suas estruturas internas.

 

             Em 1920, Doroteu Sertão levantou no local do antigo curral de gado do Coronel Cândido Rodrigues de Carvalho, uma capela, chamada de capela Santa Dorotéia.

Nesta capela encontram-se os restos mortais de Doroteu Firmino Sertão que faleceu do dia 24 de julho e de sua esposa, Franisca de Souza Sertão que morreu no dia 10 de setembro de 1940, um lado do outro, no altar da Igreja.

 

Em 2006 passou por uma grande reforma, mas sempre mantendo os traços iniciais em suas estruturas internas (2017):

 Referencialmente ela é mais conhecida como Igrejinha de São Sebastião, que ao lado está sendo construído um refeitório com salão e o local também recebe o nome de Centro Pastoral São Sebastião, uma vez que, a Paróquia Santa Dorotéia até 2015 não contava com nenhum espaço como este ainda em construção. Tudo o que foi deito foi para que pudesse proteger a preservar, este grandioso patrimônio, uma vez que, em frente, servia como quadra de esporte ao dia e a noite para outros fins:

 

 Em 1927, vindo de Magalhães de Almeida no Maranhão, chegava a Porteirinha o Sr. Agripino da Silva Costa, vinha instalar uma filial de Romão & Cia., posteriormente, em 1928 casou-se com Maria de Araújo Lima, e assim construindo definitivamente sua residência em Porteirinha. Esta empresa funcionou até  1929. Agripino Costa foi um homem trabalhador que conquistou em pouco tempo condições financeiras, adquirindo certa influência social e politica do local, sendo filiado ao PSD, por ligação do Coronel Tomaz Romão de Sousa, de Buriti dos Lopes. A medida que sua força de vontade ia crescendo no meio do povo, policamente sua popularidade aumentava também, com isso, passou a defender a emancipação politica de Porteirinha, fato esse reivindicado, acabou sendo contrário aos interesses dos poderosos de Buriti dos Lopes e Esperantina.

 

Mas por ser um homem de muita garra que gostava de lutar por seu ideais, que não se deixou abater pelo fato ocorrido. Nesta ocasião juntou-se a um grupo de amigos da região, tais como Clarindo Lopes Castelo Branco, Manoel Martins, Joaquim Pires Costa, Raimundo Justino de Silva, Pedro Alcântara dos Santos, José Gomes de Paula, José Pereira Gomes, Francisco de Assis Silva, João Lucas Escórcio, Benedito Nicolau de Oliveira, Bernardo da Silva Costa, Alfredo Lima da Cunha, Domingos dos Santos Miranda, Francelino da Silva Costa, José Mendes de Vasconcelos, Roseno Ferreira de Oliveira, Bernardo Martins, Flor Martins, Otávio Serafim, Antônio Silvino da Mata, Raimundo Bezerra, Doca Bezerra, Filomeno Ferreira de Sousa, Benedito Touceira, Raimundo José Monteiro D. Maroca Portela, Vicente Lopes da Silva, Antônio Cabecinha, Alexandre Cariri, Francisquinho Cabecinha e outros com o apoio dos Deputados Antônio Manuel Gaioso de Almeida Castelo Branco e João Clímaco de Almeida, levaram avante a luta, até que em 28 de Novembro de 1960, foi encaminhado a Assembleia Legislativa do Estado, pelo Deputado João Clímaco de Almeida o projeto de lei que pedia a emancipação política de nosso município.

 Aprovado então, foi sancionada a Lei de No. 2054 de 06 de Dezembro de 1960, publicada no Diário Oficial de 17 de Dezembro de 1960, cria o municipio de Joaquim Pires, no Estado do Piauí.

Quem foi e porque Joaquim Pires?

 

JOAQUIM DE LIMA PIRES FERREIRA (Quincas), filho de José Pires Ferreira e de Umbelina Pires Ferreira, nasceu em 16 de julho de 1868 na fazenda Buriti, no município de Barras, hoje no município de Esperantina, PI, e faleceu em 23 de dezembro de 1958, aos 90 anos de idade, no Rio de Janeiro. Advogado formado no Recife em 1890. Neste mesmo ano de 1890 foi nomeado Promotor público de Barra de São João, RJ. Exerceu o cargo apenas um mês, sendo designado Juiz pretor do Rio de Janeiro, então Capital Federal. Foi oficial do Gabinete do Presidente Floriano Peixoto. Diretor da Escola Nacional de Agricultura.

Casou-se em 28 de abril de 1896, no Rio de Janeiro, com Mariana Sianes Drummond de Castro, nascida a 11 de outubro de 1880, no Rio de Janeiro, e falecida a 5 de setembro de 1952, no Rio de Janeiro. Filha de Frederico de Castro (nasceu em 1851 em Portugal, faleceu em 1887 no Rio de Janeiro) e de Marcelina Sianes Drummond (nasceu em 1857 no Rio de Janeiro, faleceu em 1933 no Rio de Janeiro). Tiveram os filhos Jacy de Castro Pires Ferreira e Jurandyr de Castro Pires Ferreira.

Deputado Federal pelo Piauí (1895-1896), (1902-1906), (1906-1908), (1912-1914) e (1915-1917).
Senador, substituindo o ex-governador Antonino Freire da Silva (1909 - 1912 ) no Senado (1919 – 1927), foi eleito a 24 de março de 1927, com 4.650 votos. Reconhecido a 16 de maio, tomou posse a 18 do mesmo mês, para mandato de 9 anos, porém o Golpe do Getúlio Vargas, em 1930, fechou o Congresso Nacional.

Abriu no Rio de Janeiro um escritório de advocacia, exerceu o jornalismo e foi também professor de direito internacional no Instituto Comercial.

A carreira política, interrompida durante o período do Ditador Getúlio Vargas (1930-1945), é retomada com a sua eleição a 19 de janeiro de 1945, pela União Democrática Nacional (UDN), quando obteve a maior votação do Estado – 55.010 votos. (1947-1955). No mês de outubro de 1947, votou contra o projeto do Senador Ivo d’Aquino que extinguia os mandatos dos parlamentares eleitos pelo Partido Comunista do Brasil, cujo registro fora cancelado pouco antes. Membro efetivo da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão Mista de Investigação da Produção Agrícola e Respectivo Financiamento, foi também presidente da Comissão de Redação do Senado.
Pelos relevantes serviços prestados ao seu Estado natal, o Piauí, a Assembléia Legislativa do Estado, o homenageou, dando seu nome a um dos municípios do Estado.
Lei de No. 2054 de 06 de Dezembro de 1960, publicada no Diário Oficial de 17 de Dezembro de 1960:

LEI No. 2054 DE 6 DE DEZEMBRO DE 1960 Cria o Município de Joaquim Pires o GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ: Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono e promulgo a seguinte lei:

Art. 1o. - Fica criado o Município de Joaquim Pires, tendo por sede o atual Povoado de Porteirinha, que passará à categoria de cidade, na data da publicação desta lei.
Art. 2o. - O Município de Joaquim Pires será constituído pelo Povoado Porteirinha e pelas datas “Santo Higino”, “Santo Antônio”, “Cajueiro”, “Almas”, “Sitio de São Felix” e “Solidade”, todas desmembradas do município Buriti dos Lopes.

Art. 3o. - As eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores realizar-se-ão concomitantemente com as eleições para Governador do Estado a 3 de outubro de 1962.
Art. 4o. - O Município instalar-se-á a 28 de dezembro de 1960, cabendo ao Governado do Estado nomear o Prefeito que administrará o Município até a posse dos eleitos.
Art. 5o. - Fica transferida a sede da Coletoria de Pintadas para sede do município criado por esta lei.

Art. 6o. - Revogadas as disposições em contrário a presente lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Palácio do Governo do Estado do Piauí, em Teresina, 6 de dezembro de 1960 Francisco das Chagas Caldas Rodrigues

Djalma Martins Veloso

Selada, numerada, sancionada e promulgada a presente lei no Gabinete Civil do Governador do Estado, aos seis dias do mês de dezembro do ano um mil novecentos e sessenta. Audir Fortes Rebelo Sub-Chefe do Gabinete, respondendo pela Chefia.
O Municipio foi solenemente instalado às onze horas e trinta minutos do dia 28 de dezembro de 1960, em sessão presidida pelo Dr. Dario Fortes do Rêgo, Juiz de Direito da Comarca de Buriti dos Lopes. Estiveram presentes ao ato as seguintes autoridades: Dr. Francisco das Chagas Caldas Rodrigues - Governador do Estado; Dr. Jurandir Pires Ferreira - Deputado Federal; Dirno Pires Ferreira, respectivamente filho e neto do homenageado Senador Joaquim Pires; Deputados Estaduais: João Clímaco de Almeida, Alberto Monteiro, Antônio Gaioso Castelo Branco e Themístocles de Sampaio Pereira; Prefeita de Buriti dos Lopes – Senhora Zezita Cruz Sampaio; Dr. José Nicodemos Alves Ramos - Sub-Procurador do Estado; Agripino da Silva Costa, o pioneiro da independência de Porteirinha; Pedro Agápito da Silva, influente político local; Sr. Bispo Diocesano, representado neste ato pela pessoa do Pe. Francisco Bossuet Sales, várias outras autoridades e grande massa popular.

Nessa ocasião, foi empossado solenemente o seu Primeiro Prefeito Municipal - Joaquim Pires Costa - nomeado pelo Governador do Estado, Dr. Francisco das Chagas Caldas Rodrigues, através de Portaria de 21 de Dezembro de 1960.

Fonte: Francisco da Chagas Costa (filho de Agripino Costa).

http://krudu.blogspot.com.br/2010/06/joaquim-pires-ferreira.html, acessado em 12 de janeiro de 2017

No dia 7 de outubro de 1962 houve a primeira eleição do município e que foram eleitos para este mandato os seguintes vereadores: Pedro Agápito da Silva, como Presidente, Pedro Alcântara dos Santos, Miguel Alves de Sousa, Raimundo Carvalho do Vale, José Leôncio de Sales, sendo empossados no dia 31 de janeiro de 1963 no Salão do Grupo Escolar Adélia Portela pelo Juiz da Comarca de Buriti dos Lopes. Por volta das 21 horas o presidente da Câmara Municipal convocou para o mesmo local uma reunião para que tomasse posse também o PrefeitoAgripino da Silva Costa e o Vice-Prefeito Clarindo Lopes Castelo Branco eleitos. Assim sendo, todos empossados puderam fazer o juramento de cumprir com o exercício de suas funções para que possam ser os primeiros legítimos mandatários de Joaquim Pires  de janeiro de 1963 a 31 de dezembro de 1966.

 

Daí em diante segue outros prefeitos com seus vice-prefeitos, obedecendo uma ordem cronológica de seus mandatos:

 

REFERÊNCIAS:

 Francisco das Chagas Castelo Branco

Fonte de Pesquisa: Portal J. Pires file:///E:/02-minhas%20Imagens(%C3%91%20acrescentar)/Fotos%20Joaquim%20Pires%201%C2%BA.04.07/Hist%C3%B3ria%20Joaquim%20Pir


es.htm acesso em 23/10/2016.

Livro “Formação de Buriti dos Lopes”, de Raimundo Nonato da Silva. Ed. Comepi, 1985, Página 21.