Saindo de cena

Depois de mais de 35 anos de labuta diária, laboro em redações de rádio, de jornal, de televisão, em sala de aula, com entes e entidades públicas, depois de tudo isso e de todo esse tempo resolvi, chegados aos 60, sair de cena. Entrei com pedido de aposentadoria junto ao órgão de origem, a Universidade Federal do Piauí. 

Estou me aposentando, mas só do dia-a-dia laboral...continuarei útil à vida e às pessoas.

Amigos, ex-alunos, colegas de trabalho dos tempo de jornalismo, muitas pessoas se manifestaram ao anunciar a decisão, a maioria em loas de parabéns e sucesso para os tempos de liberdade que me assolarão, espero. Não vou tomar os tempos de aposentado e torná-los sinônimo de inútil, mas que vou lutar pela liberdade que consegui, não tenho a menor dúvida. Liberdade que traduzo como mais tempo para a família, para os amigos, para o escrever, para o viajar, para viver. 

A aposentadoria não me assusta, me preparei e creio que todos devem assim proceder. Vou buscar bater asas sem tempestades, sem trovoadas, sem culpas e com a convicção que fui útil à vida de muitas pessoas, de uma estrutura de bem fazer, um cidadão útil à sociedade e a si mesmo.

Me desculpo de trazer para os degraus do nosso coreto assunto tão, teoricamente pessoal, mas o trago porque não sou um cidadão pessoal, sim um ente coletivo. 

Agora o tempo será meu aliado para bater muito papo no velho coreto, antes que a modernidade acabe com eles.